sábado, 23 novembro 2024

‘Circuito Hip Hop’ ocupa o Romano, em Santa Bárbara

O Circuito Hip Hop desembarca mais uma vez na Área de Bem Estar e Lazer do Romano, em Santa Bárbara d’Oeste. Levando o slogan “quem tem cor, age”, a quarta edição do evento busca proporcionar oportunidades para que os artistas, especialmente os jovens negros, possam expressar seus sentimentos, valorizando sua cultura. 

Com programação que vai das 10h às 17h, as atividades são distribuídas nas mais diversas modalidades. Tem teatro, batuque com dança, capoeira, maracatu, DJ’s, skate, rap, b.boys, b.girls, poesia com literatura marginal, exposições, freestyle, batalha de MC’s e slam de poesia. A entrada é gratuita. 

Os participantes que irão se apresentar tiveram até o dia 31 de outubro para se credenciar, conforme o Chamamento Público nº 07/2019, de 20 de fevereiro de 2019. 

A Área em que o evento irá ocorrer está localizada entre as ruas Vereador Leonel Graciani, Ignácia Pinto de Campo e Padre Victório Freguglia, no Conjunto Habitacional Roberto Romano. 

DEMOCRATIZAÇÃO 

O mestre Atanael Motta, da Associação Motta de Capoeira e Cultura Afro, reforça a relevância do evento para a comunidade. “A importância do Circuito Hip Hop na periferia é na busca de descentralizar e democratizar o acesso à cultura em alguns pontos da periferia de Santa Bárbara. Ainda quando se fala de uma cultura de rua como a cultura hip hop, além de fortalecer este segmento promove esta democratização cultural”, diz. 

Ele acredita que a ocupação destes espaços é o caminho certo, pois foi algo que fora apontado pelo próprio segmento artístico dentro do Conselho Municipal de Cultura. “Vejo com bons olhos esta ocupação compartilhada deste espaço cultural, pois está no cronograma do Plano de Cultura da cidade, demandada pela Câmara Setorial de Cultura Popular e Urbana”. 

Motta destaca ainda que é uma oportunidade de valorizar a cultura desta comunidade, construída com diálogo junto ao poder público e que vai de encontro com os objetivos e necessidades das reflexões propostas no mês de novembro, que marca o feriado do Dia da Consciência Negra. “É uma forma de trabalharmos nossa cultura negra com todos os requisitos da cultura afro brasileira. Circularidade, oralidade, ancestralidade, religiosidade, cooperativismo, tudo com agentes culturais da própria periferia. Estamos trabalhando muito para que nosso diálogo com o poder público seja para fortalecer este segmento que ainda sofre vários preconceitos. Tivemos vários avanços em nossas pautas, mas temos que estar sempre atentos que este cenário pode mudar de uma hora para outra, mas os trabalhos estão indo muito bem com várias oficinas, eventos, intercâmbios e encontros”, completa. 

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