domingo, 24 novembro 2024

O último acorde da Hurry Up

A jornada percorrida pela banda Dirty Boys, que posteriormente tornou-se Hurry Up, chega ao seu final neste final de semana. 

Com uma edição especial da “Hup Fest”, repleta de convidados especiais, a banda americanense realiza seu último show amanhã (22). O evento, que começa às 17h, na HUP, em Americana, contará ainda com apresentações de About a Soul, Derrota, Pain, Dinamite Club e Kid On Mars, além de discotecagem da DJ Nathalia Motta Oliveira. A programação do evento conta ainda com exposições dos artistas Adriano Homsi Lehn, Nicolice e do coletivo Fim de Feira. A entrada é R$ 10. 

CAMINHO 

Com uma formação composta por Bruno Meneghel, Paulo Rovaron e Victor Pio, em 2006, surge na cena o power trio “Dirty Boys”. 

COMEÇO | Primeira formação da banda no primeiro show

Em seguida, a banda convidou o amigo dos tempos de escola Lucas Arissa para somar no peso das guitarras, formando assim o quarteto da “Hurry Up”. 

Influenciada diretamente pelo cenário do punk rock californiano da década de 1990, o próprio nome traz consigo essa essência. As duas palavras que compõem esta nomenclatura são encontradas na música “Hurry Up and Wait”, da banda Lagwagon. 

Como a grande maioria daqueles que buscam seu lugar ao sol, eles também encararam diversas frustrações e roubadas com produtores “picaretas”, como eles mesmos dizem. No meio desta busca por amadurecimento e repletos de vontade para “fazer acontecer”, em 2012 começa a organizar o festival Hup Fest, para abrir espaço para bandas autorais independentes mostrarem seus trabalhos. 

No ano seguinte, lançaram seu primeiro álbum, “Ambulance Field Service”. 

Logo após alterações na formação da banda e shows apresentando o primeiro trabalho, com a entrada na vida adulta dos integrantes foi o momento de trazer ao mundo o Split EP “Escolha Suas Armas”, produzido em parceria da banda de pop punk paulistana Dinamite Club. 

Já neste ano de 2019, com diversos eventos realizados da Hup Fest nos últimos 5 anos, a banda encontrou tempo para entrar em estúdio e lançar o segundo trabalho full-length intitulado “Empatia”, com o propósito de conectar e gerar esse sentimento entre as pessoas através do poder da música. 

FINAL 

Após 13 anos de atividades, o assunto que culminou no fim da banda surgiu através de Lucas. “Fui eu quem puxei o assunto sobre sair. As motivações são nebulosas até hoje. Estava sobrecarregado com trabalho mais as obrigações da banda, além de um certo incômodo pessoal e também sentia no coração um impulso meio dolorido em dar um tempo e resolvi atender esse impulso”. 

Porém, segundo ele, a parada da banda foi uma decisão do Bruno, Claudio Cestare (baterista) e Carlos Henrique Lembo (baixista). “Como não podíamos amarrá-lo [Lucas] numa cadeira e forçá-lo a tocar com a gente, vimos que não faria sentido continuar com a banda. As composições sempre partiam de nós dois. Os dois cantam e os dois tocam. Não tem como a banda manter a sonoridade sem essa parceria. Além disso, todos estamos passando por momentos difíceis e umas “férias” desse projeto até que soou bem”, explica Bruno. 

Para o show de encerramento, eles preparam um “mais do mesmo especial”. “Vamos tocar um set gigantesco com participações de ex-integrantes e fãs da banda”, entrega Arissa. 

FUTURO 

Bruno acredita que, de alguma forma, todos seguirão com a música. “O espaço HUP, que é nosso QG de ensaio e Hup Fests, vai continuar funcionando comigo e com o Claudio no comando. Eu toco em outras duas bandas já, Derrota e Lighthouse, e pretendo montar mais alguma coisa. O Claudio toca na Pain e Strong Reaction, Lucas vai seguir sua busca espiritual e o Henrique logo tá com uma banda nova também (risos). A Hurry Up acabou, mas a vida segue cheia de projetos musicais”, projeta. 

SENTIMENTO 

Lucas faz questão de agradecer por toda essa trajetória. “Gratidão a Deus por ter realizado o sonho do Lucas adolescente em ter amigos para compartilhar a vida em forma de música”. 

Já o seu iminente ex-companheiro de banda Bruno vê o fim com o sentimento de missão cumprida. “Estamos bem tristes com o fim sim, eu principalmente, afinal metade da minha vida foi dedicada a esse projeto, mas o ensinamento que ficou e os bons momentos nos dá mais um sentimento de gratidão do que de chateação. Quem sabe num futuro o Lucas não morra de saudades e volte correndo (risos), brinca o músico. 

Como diz o ditado, “toda brincadeira tem um fundo de verdade”. Vai que… 

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