Investir no controle do mosquito transmissor, Aedes aegypti, é uma medida eficaz para evitar o surto da doença, defendo o biólogo Celso Marques da Silva. Professor da rede pública de ensino em Americana, ele prega como ação preventiva uma parceria entre Saúde e Educação.
Marques afirma que a dengue do tipo 2 ainda não havia circulado na RMC. Historicamente, o novo vírus está associado a casos de dengue hemorrágica. “Por enquanto, são apenas casos isolados. Mas, se não houver ações preventivas, tanto da população quanto do poder público, há um risco de epidemia da doença”, afirma.
Para reduzir o risco de transmissão, o especialista propõe ações conjuntas entre prefeituras e escolas. “Nenhum município tem condições de enviar um agente de saúde de casa em casa para esclarecer a população. Uma solução é educar estudantes para que eles repliquem as informações e orientem os pais”, sugere.
Ainda segundo o professor, por meio de capacitações, os estudantes seriam os responsáveis para levar o conhecimento adiante, além de ajudar a eliminar criadouros.
Em alguns casos, mesmo identificados, agentes de endemias encontram resistência para ter acesso às casas. “Os agentes de saúde educam os alunos. Esses, por sua vez, desenvolverão ações para além da escola, auxiliando a saúde preventiva de toda a cidade e sem resistência”, comenta.
O biólogo explica que a dengue é uma doença típica de Verão. Com a queda nas temperaturas, Marques reforça a manutenção de cuidados, a fim de evitar a proliferação do mosquito.
“O mosquito vive até um ano em ambiente seco. As larvas podem resistir o ano todo, porque desenvolveram a capacidade de se adaptar a qualquer ambiente. Por isso, não dá para baixar a guarda. Ainda mais com a circulação do novo tipo de vírus. O mosquito é esperto, mas ele não pode prevalecer”, destaca. Texto: Alda Queiroz
ALUNOS ADEREM À ‘GUERRA’
Estudantes da rede municipal de Nova Odessa começaram na última semana a receber orientações sobre a prevenção e combate ao Aedes aegypti, mosquito que transmite doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. A ação, realizada pela prefeitura, por meio do IEC (Informação, Educação e Comunicação), atingirá todas as escolas.
Este ano, o projeto integra a campanha “Nova Odessa na Guerra contra o Mosquito”, que envolve todos os setores da Administração em ações de prevenção. As ações consistem em entrega de panfletos, arrastões e busca ativa por larvas em todas as regiões da cidade.
A professora Meria Brito de Jesus, coordenadora do trabalho com os estudantes, explica que, no mês de março, a ação vai se concentrar em escolas de bairros com maior incidência de criadouros do mosquito. Em seguida, chegará às outras escolas da rede. A primeira fase, que termina em abril, vai atingir aproximadamente 584 alunos de 8 a 9 anos.