Apenas 1% dos atuais funcionários da Fórmula 1 são negros, e o estudo elencou alguns fatores que podem ser responsáveis pelo percentual, como as práticas de contratação das equipes, que “favorecem alunos de um seleto grupo de universidades de alto nível
Após dez meses de pesquisas, a comissão criada pelo piloto Lewis Hamlton para a inclusão de mais profissionais negros no automobilismo divulgou seu primeiro relatório com recomendações para as equipes.
Apenas 1% dos atuais funcionários da Fórmula 1 são negros, e o estudo elencou alguns fatores que podem ser responsáveis pelo percentual, como as práticas de contratação das equipes, que “favorecem alunos de um seleto grupo de universidades de alto nível”, onde grande parte dos atuais funcionários também se formou.
A localização dos postos de trabalho também contribui. Segundo o documento, Silverstone é de difícil acesso para estudantes de comunidades negras de outras cidades e jovens de baixa renda.
Entre outros exemplos, está também a sensação de “não pertencimento”. “A falta de compreensão entre os jovens sobre as carreiras que a engenharia pode levar e um sentimento entre os alunos negros de que o automobilismo ‘não é para eles'”, exemplificou o texto.
“Com apoio e oportunidade, os jovens podem se destacar em tudo que querem. Mas nossa pesquisa mostra que muitos jovens negros estão sendo excluídos de oportunidades na área da ciência e da tecnologia, tendo todo seu potencial limitado”, disse Lewis Hamilton.
Na prática, as equipes de Fórmula 1 receberão recomendações para que jovens negros se sintam incentivados a trabalhar na indústria, que podem incluir a implementação de uma política de diversidade e inclusão, a expansão de ofertas de aprendizagem e estágios como um caminho alternativo para o setor, a criação de um fundo de inovação para desenvolver programas que aumentem o número de alunos negros, além de apoio na criação de programas de bolsas para capacitar alunos negros graduados em engenharia.
As recomendações passam também pela criação de meios para aumentar o número de professores negros em disciplinas relacionadas às ciências, tecnologia e matemática, que lideram os cursos de engenharia.
“Eu tenho uma carreira de sucesso no automobilismo, mas tem sido um caminho solitário sendo um dos poucos negros dentro da Fórmula 1. Depois de 14 anos esperando que a indústria se atualizasse, percebi que deveria tomar uma atitude”, prosseguiu o piloto.
A Comissão foi lançada em junho de 2020, e, segundo o piloto, as descobertas no desenvolver dos trabalhos mostrou pontos que ele mesmo desconhecia.
“Algumas barreiras, eu reconhecia das minhas próprias experiências, mas as nossas descobertas abriram meus olhos para o alcance desses problemas. Estou pessoalmente empenhado que as recomendações sejam colocadas em prática, e muito orgulhoso do nosso trabalho até agora. Estamos apenas no começo.”