Após dois anos de investigação, médicos sócios de organização social com mais de R$ 300 milhões em contratos em cinco municípios paulistas são apontados como responsáveis por fraudes de R$ 40 milhões
Os investigadores estimam que mais de R$ 40 milhões tenham sido desviados pelo esquema nas cinco cidades paulistas.
A corporação imputa aos investigados, cujos nomes não foram revelados, os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documento falso.
A PF diz que a OS sob suspeita foi constituída “com documentos fraudulentos que permitiram que ela fosse contratada por diversos municípios”. Seu presidente era um jovem veterinário de 28 anos, mas, segundo os investigadores, a empresa era efetivamente controlada por diversos médicos.
Dois indiciados estão presos preventivamente e dois médicos são considerados foragidos, diz a PF.
O relatório final do caso, de mais de 200 páginas, detalhou os passos da investigação, que durou quase dois anos, ouviu mais de 40 pessoas e contou com duas etapas ostensivas — realizadas em abril e maio, com cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão.
Durante as diligências, a PF apreendeu mais de R$ 700 mil em espécie em endereços ligados aos investigados, sendo que boa parte do dinheiro foi encontrada em “um escritório bunker da própria OS”.
Além disso, a corporação confiscou uma lancha e diversos veículos de luxo.
A Justiça Federal determinou o sequestro de imóveis em condomínios fechados de alto padrão na região metropolitana de São Paulo e em Ubatuba.
Ainda de acordo com os investigadores, os integrantes da OS sacaram cerca de R$ 20 milhões em espécie com a escolta armada de um guarda civil municipal e sua mulher.
A corporação diz ter observado que grande quantidade de valores foi transferida para outras empresas do grupo.