As fortes chuvas que caíram no Sudeste entre a noite de sexta-feira (1º) e a tarde de sábado (2) provocaram pontos de alagamento e muitos transtornos em São Paulo e no Rio de Janeiro. No Rio, os temporais fizeram a cidade entrar em estágio de atenção às 10h45 de ontem. O estágio operacional do município já estava em mobilização por causa das condições meteorológicas.
O avançou na escala ocorreu por causa do registro de chuva de 15,6mm em 15 minutos no Jardim Botânico, de 9,4mm em Sepetiba e de 16,8mm na Grota Funda. O critério meteorológico protocolar necessário para a mudança de estágio é a precipitação superior a 5mm em 15 minutos.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, núcleos de chuva atuam e ganham força em diversos pontos da cidade, como na região do maciço da Tijuca, provocando chuva moderada a forte.
A previsão do Alerta Rio para a tarde de ontem era de mais chuva forte, que poderia vir acompanhada de raios e rajadas moderadas de vento.
O estágio de atenção é o terceiro nível em uma escala de cinco. Indica que uma ou mais ocorrências já impactam a cidade, afetando a rotina de parte da população.
O Rio de Janeiro está em estágio de mobilização por causa da pandemia de Covid-19 desde o dia 2 de dezembro de 2020, por causa do aumento no número de casos na cidade.
SÃO PAULO
O centro da capital paulista registrou na sexta-feira o equivalente a cerca de 40%, em cerca de uma hora, do volume de chuva esperado para todo o mês de janeiro na cidade, aponta o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da Prefeitura de São Paulo. Com isso, houve alagamentos e pontos intransitáveis, principalmente na região do Vale do Anhangabaú e na Avenida 9 de Julho.
Por causa do forte temporal, o túnel Papa João Paulo 2º foi alagado na região do Vale do Anhangabaú (centro de SP), sendo interditado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 16h04. O local não havia sido liberado para o tráfego até a publicação desta reportagem. Não houve vítimas.
Na praça 14 Bis, um carro foi arrastado até quase a metade do primeiro quarteirão da rua Manoel Dutra. A via ficou interditada por causa do alagamento e o veículo precisou ser rebocado, quando a água escoou. O fluxo de veículos teve de ser desviado para o viaduto que passa sobre a avenida 9 de Julho.
DESLIZAMENTO
O governo estadual e a Prefeitura de Embu das Artes (Grande SP) trocam acusações sobre a área de risco onde seis pessoas de uma mesma família morreram, após serem soterradas por um deslizamento de terra na noite terça-feira (29).
A localização e o resgate dos corpos pelos bombeiros, em meio à lama e escombros, durou quase 24 horas. Ao menos 200 famílias foram diretamente impactadas pelo incidente.
Segundo o governo estadual, a Defesa Civil realizou estudos sobre áreas de risco em Embu das Artes, em 2014 e 2018, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
