Proposta da prefeitura, que oferece 10,16% de reajuste salarial, vem sendo rejeitada em assembleias; decisão por paralisação pode ser tomada hoje
O funcionalismo público municipal em Americana tende a entrar em greve por discordar do percentual de aumento salarial oferecido pela prefeitura, segundo balanço de membros do SSPMA (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana).
O presidente do sindicato, Antonio Adilson Bassan Forti, o Toninho Forti, afirma que nas assembleias com a categoria durante a semana a maioria dos trabalhadores tem rejeitado a proposta de 10,16% de reajuste oferecida pela prefeitura – abaixo dos 18,1% reivindicados pela categoria, que teve o último aumento em 2019.
As assembleias realizadas pelo SSPMA se estenderam até a noite desta quinta-feira (10) e uma decisão deve ser tomada na manhã desta sexta (11). “Hoje, existe uma tendência para a greve”, resumiu Forti nesta quinta.
A CAMPANHA
O sindicato vem desde janeiro pedindo 18,1% de aumento à prefeitura. A contraproposta de 10,16%, apresentada pela administração na última sexta (4), não foi aceita pela direção sindical. Diante do impasse, uma série de assembleias foi marcada para o decorrer desta semana, onde vem sendo discutida a possibilidade de greve.
O poder executivo americanense se manteve em silêncio nos últimos dias, esperando pela decisão dos funcionários.
Além dos 10,16% de aumento, a prefeitura propôs um reajuste de mesmo valor no vale alimentação, que passaria de R$ 610 para R$ 671,98.
O percentual se baseia no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a dezembro de 2021. “Esta é uma forma de concedermos reajuste e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio financeiro”, declarou o prefeito Chico Sardelli, na última reunião com o SSPMA.
Americana tem 4,8 mil funcionários municipais.
Sindicato busca apoio entre os vereadores
Representantes do SSPMA (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana) estiveram nesta quinta-feira (10) na Câmara para pedir o apoio dos vereadores nas negociações para o reajuste salarial da categoria.
Servidores lotaram o plenário da Casa para acompanhar o uso da tribuna pelo sindicalista Aires Ribeiro, da diretoria do SSPMA, que expôs as condições da categoria.
“Estou há 40 anos na prefeitura e nunca aconteceu dos servidores públicos ficarem três anos sem nenhuma correção. Desde março de 2019 até agora estamos sem revisão salarial”, afirmou Ribeiro em seu pronunciamento. “Esperamos conseguir o apoio dos nobres vereadores para que a gente avance nessas negociações”, completou.
Ribeiro lembrou que, recentemente, houve mudança no percentual de contribuição previdenciária, de 11% para 14%, aumentando ainda mais as perdas salariais. “Os servidores pagam por ano para banco R$ 13 milhões, que são retirados dos salários e vão direto.
Significa que os servidores estão enterrados em dívidas. Dinheiro que era para ser investido no comércio”, disse.
O sindicalista propôs aos vereadores que fosse realizada uma plenária com representantes do Executivo e do sindicato para discutir os números apresentados pela prefeitura, que oferece 10,16%, mas a categoria pede reajuste de 18,1%.
A medida foi apoiada pela vereadora Professora Juliana (PT). “Toda vez que nós vereadores sentamos com os gestores a gente vê que a qualidade dos serviços, de forma geral, não é ampliada porque não há o investimento nos servidores”, disse a parlamentar.
“Essas pessoas só estão pedindo o reajuste da inflação, não um aumento”, opinou o vereador Daniel Cardoso, o Dr. Daniel (PDT), que também reclamou da qualidade da alimentação servida aos funcionários municipais.
Vou buscar um diálogo com o governo para ver o que é possível, sabendo de todas as dificuldades para que o trabalho com os funcionários públicos continue”, afirmou o vereador Juninho Dias (MDB).
Desde segunda(7) o SSPMA realiza uma série de assembleias para discutir se os servidores entraram em greve. A prefeitura aguarda a resolução das assembleias para se manifestar.