Encenação já passou pelo Rio e São Paulo; agora tem versão inédita
O Teatro Municipal Castro Mendes será palco para a versão musical, inédita no Brasil, do espetáculo “A Cor Púrpura”, no fim de semana dos dias 6, 7 e 8 de maio. Baseado no livro de Alice Walker, ganhadora do Prêmio Pulitzer, e no filme de Steven Spielberg, o musical traz à cena 18 grandes atores do teatro musical brasileiro. Os ingressos estão à venda pela internet.
A encenação será grandiosa, com 90 figurinos e um palco giratório de seis metros de diâmetro. A estrutura exige dois dias para descarga e montagem e reúne três carretas com cenário, figurinos, adereços e equipamentos. A produção local é da BR Produtora.
Escrito em 1982, “A Cor Púrpura” é uma saga familiar inspiradora que conta a inesquecível história de uma mulher que, por meio do amor, encontra forças para triunfar sobre a adversidade e descobrir sua voz no mundo. Em 1985, a obra foi adaptada para o cinema, com direção de Steven Spielberg, e recebeu 11 indicações ao Oscar. Passados quase 40 anos, a publicação de Alice Walker continua contemporânea ao retratar relações humanas de amor, poder, ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero.
Com direção de Tadeu Aguiar e versão brasileira de Artur Xexéo para o texto da dramaturga americana Marsha Norman, “A Cor Púrpura, o Musical” estreou em setembro de 2019, com temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, e um imenso sucesso de público e crítica, tendo recebido 75 prêmios de 87 indicações.
O retorno aos palcos após a pandemia aconteceu em novembro de 2021, em São Paulo. Agora, após temporada no Rio de Janeiro nos meses de janeiro e fevereiro, a montagem segue em turnê por diversas cidades do país.
SINOPSE
“A Cor Púrpura, o Musical” se passa na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos, e narra a trajetória e luta de Celie (Leticia Soares) contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra. Na adolescência, a personagem tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros, entre eles Harpo (Alan Rocha), além de lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Merícia Cassiano) e passa a morar com o marido Mister (Sergio Menezes).
Enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Erika Affonso) e Shug (Flavia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças, novas perspectivas, esperança e até prazer. A saga de Celie é permeada por questões sociais de extrema relevância até os dias atuais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher.
“Por trás da história de Celie, há uma crítica à relação entre homens e mulheres, ao poder dado ao homem em uma sociedade que ainda luta por igualdade entre gêneros, etnias e classes sociais. Um espetáculo que retrata um pedaço do mundo no início do século XX, mas que nos mostra a atualidade dessas questões”, diz Tadeu Aguiar.
Com versão musical inédita no Brasil, o musical traz à cena 18 atores, 90 figurinos, um palco giratório de 6 metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling em volta do cenário. Nesta retomada teatral, o elenco, na sua maioria escolhido por testes, permanece praticamente o mesmo.