Primeiro dia do evento literário, neste sábado, atraiu uma multidão de pessoas no Expo Center Norte
Os livros se reencontraram com as multidões paulistanas na volta pós- -pandêmica da Bienal do Livro, que abriu as portas às 10 horas da manhã deste sábado (2) de sol inclemente para uma fila quilométrica.
A impressão é de que a demanda por um evento como esse estava represada e, ao se soltar de uma vez, provocou não só acotovelamento nas editoras mais disputadas –muitas, como a Rocco, a Record e a Intrínseca, oferecendo experiências imersivas para os fãs de seus livros–, mas também longas demoras para quem queria comer ou se aliviar no banheiro.
Durante a tarde, havia gente sentada no chão a cada metro do pavilhão –mesmo com uma área maior do que o Anhembi, casa da última edição presencial em 2018, e um número de estandes um pouco menor, reduzidos de 197 para 182.
O que soa como despreparo da organização pode ser matizado também pelo dia ensolarado, que animou famílias a saírem de casa, e pelo fato de o primeiro dia de Bienal do Livro ser tradicionalmente o mais concorrido e programar atrações de peso.
Desde o começo das atividades, as pessoas que se agrupavam em torno do Expo Center Norte davam a volta no quarteirão e faziam sofrer os monitores encarregados de orientar os ônibus de excursão e motoristas que chegavam a pagar R$ 55 de estacionamento.
O aperto era ainda mais inevitável para ver as grandes estrelas do dia –os autores, que angariam verdadeiras turbas naquele que talvez seja o único evento brasileiro em que escritor é tratado como astro de rock.
O quinteto Thalita Rebouças, Babi Dewet, Paula Pimenta, Bruna Vieira e Luiza Trigo falou pela manhã sobre a sensação de ver seus livros adaptados para as telas e gerou gritos de emoção genuína de um público formado, em sua maioria, por adolescentes com adoração por suas obras do gênero young adult.
gênero young adult. Aos 86 anos, Mauricio de Sousa esteve na mira de uma quantidade de fotos e aplausos que não faria feio a Paul McCartney a cada vez que o quadrinista mencionava um personagem da Turma da Mônica, que certamente ajudou a ensinar boa parte daquela plateia reunida a ler, as reações eram efusivas, de um afeto palpável no ar.
Tudo isso acontecia enquanto escritores de talentos distintos e público menos massivo falavam em diversos outros espaços do pavilhão, de Valter Hugo Mãe discutindo Saramago com José Luís Peixoto e Socorro Acioli a José Falero debatendo a literatura nas periferias com Luana Rabetti.
A Bienal continua até o domingo que vem, dia 10, com uma programação que mistura nomes pop como Xuxa e Lázaro Ramos a escritores como Paulina Chiziane.