Por Cristina Pisoni
A inauguração de complexo hospitalar de excelência IOU, Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço, contou ontem com um evento à sua altura. Realizado em suas instalações na Unicamp, um prédio com 7 mil m2 de construção, recebeu cerca de 600 convidados entre autoridades, médicos, profi ssionais de saúde, formadores de opinião e imprensa.
O clima ao longo das 4 horas de evento era de orgulho e celebração. Não poderia ser diferente. O Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) terá capacidade para 200 mil atendimentos e 4 mil cirurgias por ano, em um sistema híbrido com 70% dos atendimentos voltados para o SUS (Sistema Único de Saúde) e 30% para o privado (convênios e consultas particulares).
Impacto positivo à saúde pública
O Instituto, sem fi ns lucrativos, será o maior complexo em atendimento, cirurgia, ensino e pesquisa da área. Oferecerá tratamento multidisciplinar, procedimentos modernos e cirurgias de alta complexidade, com métodos pouco invasivos, para pacientes com câncer de cabeça e pescoço, doenças do trato respiratório e otorrino (nariz, ouvido e garganta). Será o principal centro médico-hospitalar para uma população de 7 milhões de habitantes das 90 cidades próximas a Campinas.
Fruto de indenização milionária
Além da excelência médica, o IOU também é um case inspirador e inovador de aplicação do dinheiro público em benefício à sociedade. A verba para a construção do Instituto, iniciada em 2020, é oriundo de uma indenização milionária por dano moral coletivo. O recurso é resultado de ação civil pública do caso Shell-Basf, maior acordo indenizatório da história do País assinado na Justiça do Trabalho, decorrente de compensação por contaminação na planta industrial de agrotóxicos em Paulínia (SP).
O valor de R$ 65 milhões, maior investimento na área de saúde da Unicamp nos últimos 30 anos, resultou na implementação de um polo de ensino, pesquisa e assistência médica de alta complexidade para os brasileiros, e o aprimoramento no atendimento da população carente