quinta-feira, 21 novembro 2024

Kim destaca força política da região para eleger deputado local

Ligado à habitação social, candidato a deputado estadual tem história com o ex-prefeito Tebaldi

SUA VOZ | Candidato a deputado estadual pelo PDT, Kim falou de projeto ambiental (Foto: TodoDia Imagem)

A campanha “Sua Voz, Sua Vez, Seu Voto”, da Rede TODODIA, ouviu ontem as propostas do candidato a deputado estadual Marco Antônio Alves Jorge, o Kim (PDT). Vereador em Americana por cinco mandatos consecutivos, Kim, que é ligado à área de habitação social desde a época do ex-prefeito Dr. Waldemar Tebaldi, destacou a força política de Americana e região para eleger no próximo domingo (2) deputados locais, sejam estaduais ou federais. 

TODODIA: Kim, por que decidiu ser candidato a deputado estadual?

KIM: Nós temos de olhar um pouco para a história, quando vim a Americana trabalhar junto com o prefeito Waldemar Tebaldi em sua primeira administração. Era estudante de Arquitetura e meu projeto era fazer habitação social. O Dr. Tebaldi conheceu o meu projeto, me confiou e entregou a possibilidade de desenvolver o maior programa habitacional da história de Americana. Fizemos mutirões habitacionais, lotes urbanizados. As favelas cresciam assustadoramente. Conseguimos com muito trabalho e persistência zerar as favelas no município. O Dr. Tebaldi ainda comentou na época que eu era um jovem e existia uma diferença de idade muito grande. Ele como médico que defendia a saúde via a solução dos maiores problemas habitacionais beneficiando a saúde pública da cidade e da população. Depois de 20 anos que eu vinha trabalhando e construindo casas, que o próprio Dr. Tebaldi me convenceu de que eu deveria não ser apenas um técnico e deveria assumir um cargo político para defender aquelas propostas que muitas vezes na Câmara Municipal poucos entendiam a importância da habitação social e como ela poderia impactar positivamente a saúde, segurança e outras áreas. No momento eu relutei em aceitar porque era um técnico e não político. Mas ele me convenceu. Fui candidato a vereador em 2000 e eleito, reeleito. Fui presidente da Câmara Municipal. Fui também coordenador da Câmara Temática da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e conheci os problemas das cidades da região não só relacionados à moradia. E como conselheiro nacional do Ministério das Cidades, eu fui eleito um dos quatros vereadores do Brasil a ocupar uma cadeira, eu aprendi os caminhos das soluções. Por isso, me sinto pronto para representar e ser o novo deputado estadual da nossa região. Lembrando que nós sempre tivemos três deputados aqui em Americana, que representam a região e, hoje, não temos nenhum. O Antonio Mentor, Chico Sardelli, que é prefeito de Americana, e o Cauê Macris. Americana e nossa região perderam as três cadeiras de deputado estadual e me sinto muito preparado para defender a melhoria de qualidade de vida e o atendimento das pessoas.

Com relação ao desenvolvimento econômico. De que maneira incentivar o empreendedor?

Eu sempre fui empreendedor. Eu sou cooperativista, fundador da Cooperteto, que as pessoas se reuniram para superar a necessidade de moradia. Sou fundador da Cooperlírios, a primeira cooperativa de reciclagem da nossa região. É um empreendimento social muito importante. A minha antiga residência se transformou em um escritório compartilhado que abriga dezenas de profissionais. O empreendedorismo está em mim. Os mutirões habitacionais foram exemplos clássicos de empreendedorismo. Nós defendemos no plano diretor do pós-represa que pode ter um desenvolvimento sustentável. No plano diretor econômico da RMC tem duas propostas do Kim protocoladas. Uma delas, uma nova rota metropolitana que vai trazer um desenvolvimento limpo para a nossa cidade, a criação da zona de interesse turístico próxima ao Casarão, que é uma região de proteção ambiental às margens do rio, uma área de proteção ambiental que combina com o turismo. O turismo é um grande gerador de empregos. Esse traçado ele sai de Americana, passa por Cosmópolis, Paulínia, próximo a Holambra, Campinas e chega até Jaguariúna. Queremos aproximar com nossa região e desenvolver essa rota turística sem ter de passar pela Rodovia Anhanguera que está congestionada. Uma derivação desta rota, uma rota tecnológica no pós- -represa aproveitando até a Unicamp, em Campinas. Temos a rota do cicloturismo que apoio e vou continuar defendendo para os ciclistas daqui para que possa chegar até outras cidades e os ciclistas de outras cidades chegarem aqui, aproveitando os patrimônios históricos, como o Casarão de Salto Grande, a Usina da CPFL, a estrada de ferro. O apoio aos pequenos, médios e grandes empreendedores para criar hotéis fazendas, pousadas e clubes náuticos. Não precisa nadar na represa, eu remo na represa. Existe muito potencial para o bom desenvolvimento turístico aqui.

Se eleito deputado estadual, como atrair os equipamentos do estado para o pós-represa?

Como deputado vou colocar na mesa do governador essa proposta. Vou ser um deputado convicto que tem como trazer um desenvolvimento econômico saudável para cá. Vamos trazer essa obra e vai precisar fazer construção. Isso é papel do estado e ele tem dinheiro para isso. Nossa região vai recompensar o estado com receitas porque as empresas vão gerar receita. Como deputado não vou defender interesse pessoal. Vou defender o interesse coletivo. Eu sei que é um desenvolvimento limpo, gerando emprego e renda para nossa gente.

Ao longo de sua trajetória, você intermediou 13 mil moradias em Americana. Como tornar moradias acessíveis para a região?

Fazer moradia social é mais do que fazer uma obra de construção civil. É uma obra de construção social. Por isso é muito importante ouvir as pessoas e entender o que é preciso para ter moradia digna. O que aconteceu na pandemia com o ‘fique em casa’. Eu ouvi ‘na minha casa estamos espremidos, um monte de gente e vou estar mais suscetível dentro de casa do que sair’. Ou seja, é preciso ter água encanada, uma moradia digna, para a família ter sua individualidade e proteger a sociedade. Nós atendemos pessoas que tinham a renda menor do que o salário mínimo. Partimos para os mutirões. Tenho encontrado na rua muitas pessoas que tinham o desejo e ajudaram a erguer essas casas. Tive a oportunidade de ser o técnico responsável por organizar essa equipe. Cada família tinha de trabalhar tantas horas. Todos trabalharam. Resultado: no final da obra se definiu quem seria o primeiro a escolher (a casa). Foi por merecimento. Todos trabalharam e deram o melhor em cada casa. Foi uma comunhão de boas qualidades e os resultados foram impecáveis na qualidade técnica. Todos nós temos qualidade e isso que temos de fazer para construir um futuro melhor. Eu não parei de trabalhar com habitação popular. O projeto de habitação social está em meu coração. Estamos com 902 famílias com contratos assinados através da Cooperteto. As famílias se dispuseram em fazer a compostagem do lixo orgânico. Uma tonelada de gás do efeito estufa que vai deixar de ser emitida. Eles estão divulgando esse projeto chamado ‘Carbono Social’. Em vez de jogar esse lixo orgânico no lixo, faça esse lixo se transformar em adubo. Vai resultar numa região saudável com muita sustentabilidade.

Quais são as falhas do governo em relação aos programas habitacionais e melhorias que você sugere?

No programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, o governo investiu bastante. Mas a empresa vai construir e no final sorteavam. Isso na nossa avaliação foi um equívoco. Foram sorteados e do dia para a noite iriam conviver com seus vizinhos. Nos mutirões não tivemos esse problema porque eles se conheciam. É preciso fazer uma autogestão para que possamos dar atenção às pessoas. A pessoa ganha e não se sente parte daquilo e acaba vendendo. É preciso um processo participativo.

Você é cooperativista, como potencializar as cooperativas paulistas caso seja eleito?

O cooperativismo no Brasil tem sua força, mas nós podemos potencializar mais. Um exemplo, a produção de alimentos. A merenda escolar, ela é obrigada a comprar alimentos da agricultura familiar. Aqui em Americana eu tive a oportunidade de criar a primeira horta comunitária lá no Profilurb, no Jardim Nossa Senhora Aparecida, e vi Americana crescer com mais de 200 hortas comunitárias. Como um horticultor vai participar de uma licitação pública para distribuir alimentos? Se esses horticultores tiverem articulados numa cooperativa, e a prefeitura aceitando uma cooperativa participar da licitação. Essa cooperativa pode articular com todos os produtores para fazer um pouquinho e esse exército de quase 200 poderia suprir a merenda escolar, pelo menos o percentual exigido por lei e não precisar comprar de fora.

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