A informação foi publicada no Diário Oficial, nesta quinta-feira (23)
A Prefeitura de Campinas interditou 20 leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal do Hospital Maternidade, por falta de médicos e outros profissionais, após um surto de gastroenterite que matou dois bebês. A informação é do Diário Oficial desta quinta-feira (23), mas já havia sido cumprida no dia 16 de fevereiro.
Antes da interdição, o hospital notificou um surto de gastroenterite no mesmo local, onde dois bebês morreram. Por conta da situação, o DEVISA (Departamento de Vigilância em Saúde) também proibiu novas internações no local com surto e determinou a implantação de um Plano de Contingência para o enfrentamento da doença.
Como instituição filantrópica, a Maternidade é responsável por 40% dos nascimentos em Campinas e também atende uma demanda regional. No total, 60% dos atendimentos são feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e o restante é de planos.
“A Secretaria de Saúde está transferindo para o Caism (Hospital da Mulher da Unicamp) e para o Hospital da PUC-Campinas as gestantes que estiverem com risco de parto prematuro, para que, ao nascerem, os bebês já sejam internados na UTI Neonatal desses hospitais”, relatou a prefeitura.
O presidente da Maternidade, Marcos Miele da Ponte, conta que a interdição dos leitos reduziu a capacidade de internação pela metade. Ele também explicou que o surto da gastroenterite, que gera diarreia, durou quatro dias.
“A Maternidade sofreu, talvez pelo fato da superlotação, um surto de diarreia do dia 6 ao dia 9 desse mês. Então teve um caso de infecção generalizada, recém-nascidos foram contaminados na UCI, unidade de cuidados intermediários”, afirmou Ponte.
Em nota, o DEVISA informou que a notificação do surto foi feita pela Maternidade em 10 de fevereiro.
“O DEVISA e o DGDO (Departamento de Gestão Organizacional) adotaram outras medidas, entre elas a proibição de novas admissões na unidade com surto e implantação de um Plano de Contingência para o enfrentamento e contenção do surto”, informou a secretaria.
O local admitiu sobre o baixo número de profissionais médicos que fazem visitas diárias e fisioterapeutas. A direção relata que o hospital enfrenta “uma crise financeira grave, o que dificulta a contratação de novos profissionais”.
Após a interdição dos 20 leitos da UTI Neonatal, a Maternidade informou que fará a transferência dos bebês prematuros para outros hospitais na região.