No começo de maio, o governo federal anunciou o programa para reduzir os preços de carros populares, vans, ônibus e caminhões. A iniciativa visa facilitar a aquisição de veículos, renovar a frota rodoviária brasileira e também incentivar a produção. Nessa quarta-feira (14), também foi divulgada a lista de montadoras que vão participar do programa.
O desconto para o comprador varia entre R$2 mil e R$8 mil no preço final dos carros, a nova regra vale para carros de até R$120 mil. Já para ônibus e caminhões, os veículos precisam ter mais de 20 anos de uso e devem ser encaminhados para reciclagem. O crédito para esses casos varia entre R$33 mil a R$99 mil.
O governo utilizou três critérios para a faixa de descontos:
• o preço do carro - quanto mais barato, maior o desconto nas alíquotas;
• emissão de poluentes - quanto menos poluição a produção e o motor do carro gerarem, maior o desconto;
• e a cadeia de produção - quanto maior for o número de peças e acessórios produzidos no Brasil, o desconto será maior.
No total, foi destinado R$1,5 bilhão para o programa, divididos da seguinte forma: R$500 milhões para automóveis; R$700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. Ao atingir o R$1,5 bilhão, o programa vai ser encerrado.
Para o gerente comercial da Fiat de Americana, Ademir Júnior, essa é a hora certa da população comprar um carro novo. “O governo fez tudo isso com visão às pessoas de classe baixa e média, para poderem adquirir um carro 0km. Com esse desconto, que seria de até R$8 mil a menos, está dando bastante retorno e movimentação em todas as concessionárias, todas estão tendo movimento com relação a esse desconto do governo […] todos que quiserem trocar de carro, têm que ir rapidamente em uma concessionária mais próxima, escolher a marca e comprar. Essa é a hora de comprar um carro 0km”, afirmou Ademir.
O correspondente bancário, Dário Tessarini, afirmou que o programa vai facilitar muito pouco a aquisição de um veículo. “O programa, inicialmente, tem a ideia de renovação de frota e estímulo à compra de veículos. Com esse desconto, a ideia do governo é que também haja uma substituição da frota antiga e, consequentemente, uma menor quantidade de emissão de poluentes. O desconto para carros vai de R$2 mil a R$8 mil […] eu sou meio cético com isso, esses valores são pequenos, se for levar em consideração o valor total do veículo. Na minha opinião, vai facilitar muito pouco. É lógico que vão comprar, mas a ideia que está sendo vendida não vai se transformar em realidade, porque a pessoa continua pagando a mesma taxa de juros, vai ter que financiar em 60 meses, e o carro velho vai continuar rodando”, disse Dário.
“Para o governo compor essa bonificação nos tributos para as montadoras, ele vai ter que aumentar o imposto do diesel a partir de setembro, e em janeiro vai ter outro aumento. Ganha um desconto aqui, e paga lá na frente. Além disso, vai impactar o transporte coletivo que usa o diesel, o transporte de alimentos que também usa o diesel… Então, os efeitos colaterais talvez sejam mais importantes do que esse desconto nos carros”, complementou o gerente bancário.
A reoneração do óleo diesel, mencionada por Dário, deve gerar R$2 bilhões em arrecadação até 2024, mais do que o R$ 1,5 bilhão necessários para custear a queda do preço dos carros populares, caminhões e ônibus. O restante vai ser utilizado no orçamento do próximo ano.