O dia 19 de junho é um dia muito importante para a história cultural brasileira, data essa em que comemoramos o Dia do Cinema Brasileiro. A data celebra o grande feito no audiovisual nacional graças ao primeiro cineasta brasileiro, Affonso Segretto.
O primeiro take feito pelo cineasta foi uma filmagem da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, a partir do navio francês Brèsil, em 19 de junho de 1898, quando retornava de uma viagem à Europa com equipamentos de filmagem Lumière – equipamento dos irmãos que inventaram o cinema – e novas técnicas aprendidas na França.
Foi também no Rio de Janeiro, em 8 de julho de 1896, que aconteceu a primeira exibição de cinema do país. Foram passados uma série de curtas com imagens das ruas europeias para o público. Por um tempo, o cinema foi algo de luxo e apenas a alta sociedade carioca consumia os filmes – que na época eram bem curtos – na tela dos cinemas.
As quatro primeiras produções nacionais, são datadas entre 1897 e 1898, como os filmes: Ancoradouro de pescadores na baía de Guanabara; Chegada do trem em Petrópolis; Bailado de crianças no colégio, no Andaraí e Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama.
Para celebrar os 125 anos de cinema nacional, confira a lista dos 8 dos maiores filmes da história brasileira:
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964) – Glauber Rocha
Manuel é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa. O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato e simultaneamente Antônio das Mortes, um matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.
CENTRAL DO BRASIL (1986) – Walter Salles
Dora, uma amargurada ex-professora, ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas na estação Central do Brasil no centro do Rio de Janeiro. Dora embolsa o dinheiro de cartas que não considera úteis para serem enviadas e decide ajudar Josué, o filho de nove anos de idade de uma de suas clientes, acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente de ônibus. O filme é ambientado durante uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai de Josué, que ele nunca conheceu.
O AUTO DA COMPADECIDA (2000) – Guel Arraes e João Falcão
Inspirado na obra de Ariano Suassuna, as aventuras de João Grilo e Chicó, dois nordestinos pobres que vivem de golpes para sobreviver costuram a narrativa do Auto da Compadecida. Eles estão sempre enganando o povo de um pequeno vilarejo, inclusive o temido cangaceiro Severino de Aracaju, que os persegue pela região.
Em 2024, o elenco que inclui Matheus Nachtergaele e Selton Mello volta com uma continuação de O Auto da Compadecida 2.
CIDADE DE DEUS (2002) – Fernando Meirelles e Kátia Lund
Buscapé é um jovem pobre, negro e sensível, que cresce em um universo de muita violência vivido nas favelas do Rio de Janeiro. Ele vive na Cidade de Deus, conhecida por ser uma das favelas mais violentos do Rio. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé descobre um talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É por meio de seu olhar atrás da câmera que ele analisa o dia a dia da favela em que vive.
O filme traz personagens marcantes na trajetória do cinema brasileiro, sendo um dos filmes mais aclamados da história do cinema nacional, com mais de 20 indicações e premiações ganhas – tendo inclusive indicações em grandes prêmios mundiais, como o Oscar, nas categorias de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia, mas não levou as estatuetas. Já no BAFTA Awards, ganhou o prêmio de melhor edição.
CARANDIRU (2003) – Héctor Babenco, Victor Navas, Fernando Bonassi
O filme retrata a história de um médico que se oferece a realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru, em São Paulo. Lá ele convive com a realidade dos cárceres, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. O filme mostra a personalidade de vários personagens, imergindo na vivência de cada um deles até o dia do trágico massacre do Carandiru, que mudou a trajetória do Sistema Prisional brasileiro. O filme é inspirado na obra do Doutor Dráuzio Varella “Estação Carandiru”.
O HOMEM QUE COPIAVA (2003) – Jorge Furtado
O filme traz a história de um operador de copiadora que se apaixona pela vizinha e, para conseguir se aproximar da jovem, se transforma num falsificador de dinheiro.
TROPA DE ELITE (2007) – José Padilha, Rodrigo Pimentel, John Kaylin e Bráulio Mantovani
Em Tropa de Elite, o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE, o Capitão Nascimento, que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.
MINHA MÃE É UMA PEÇA (2013) – Paulo Gustavo, Fil Braz e Rafael Dragaud
O filme conta história de Dona Hermínia, uma mulher divorciada e com dois filhos que representa o perfil de mãe brasileira. Mandona e divertida, o filme mostra que mesmo com muitas confusões, no final as famílias sempre se amam. O filme foi sucesso de bilheterias nos cinemas nacionais e teve uma segunda continuação.