quarta-feira, 15 janeiro 2025

Girl power

Cada vez mais atenta aos mercados regionais, a Netflix não tem deixado o público brasileiro na mão. Seu volume de produções nacionais é cada vez maior e, agora, a gigante do streaming se aventura também pela nossa literatura.

Estreia em breve na plataforma sua primeira adaptação de uma ficção policial brasileira, “Bom Dia, Verônica”, de Raphael Montes e Ilana Casoy. Lançado em 2016 sob o pseudônimo de Andrea Killmore, o thriller vendeu 10 mil cópias em sua primeira tiragem.

Agora, a história de sua protagonista, a escrivã Verônica, chega às telas no dia 1º de outubro, em forma de série. Tainá Müller vive a personagem do título, que, diante de casos enigmáticos que têm as mulheres como suas vítimas, decide desafiar o modus operandi da delegacia onde trabalha e mergulhar em investigações perigosas.

Uma delas a leva a Janete (Camila Morgado), uma mulher simples casada com um serial killer cruel e sádico. A vilania é incorporada por Eduardo Moscovis, mais uma parte do elenco formado ainda por Elisa Volpatto, Silvio Guindane, César Melo, Adriano Garib e Antônio Grassi.

Nomes conhecidos da literatura policial, Montes e Casoy integram a sala de roteiristas da adaptação. Ele tem um vasto currículo na ficção, com traduções em mais de 20 países, graças a títulos como “Suicidas” e “Dias Perfeitos”, ambos pela Companhia das Letras. Já ela, criminóloga, se debruçou sobre casos reais famosos, como o da família Von Richthofen e o do assassinato de Isabella Nardoni.

No atual cenário audiovisual, em que testemunhamos uma ampliação da diversidade e um empoderamento das vozes femininas, “Bom Dia, Verônica” pareceu a escolha perfeita para uma nova série do streaming. Afinal, a história fala sobre os horrores, em diferentes escalas, dos quais as mulheres são vítimas ao mesmo tempo em que apresenta uma heroína para combater esses mesmos problemas.

Feminicídio é uma palavra que surge de forma recorrente durante a investigação de Verônica, mas o machismo está impregnado em toda a jornada da protagonista, que precisa provar sua competência enquanto observa colegas de delegacia pondo vítimas do “boa noite, Cinderela” em situações vexatórias.

Nessa várias denúncias que fazem de uma sociedade que oprime as mulheres, Casoy e Montes também tecem críticas ao que consideram um sistema corrupto, ineficaz e excessivamente burocrático. “O ‘bom dia’ do título é o despertar da Verônica, que estava invisível como escrivã, para esse sistema que não abraça determinados casos, para um sistema legal falho”, concordam.

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