O balanço mais recente da Defesa Civil referente ao prédio que desabou na manhã dessa sexta-feira (07), no bairro do Janga, em Paulista, região metropolitana do Recife, Pernambuco é de que O número de mortos subiu para 14.
Nesta tarde de sábado (08), foram encontrados os corpos das três últimas pessoas desaparecidas, uma mulher de 40 anos e seus dois filhos, de 6 e de 9 anos.
Destes óbitos, 13 vítimas foram encontradas mortas e uma foi resgatada com vida pelos bombeiros, mas teve óbito constatado no HMA (Hospital Miguel Arraes), entre elas seis crianças.
No total oito viaturas do Corpo de Bombeiros foram enviadas para o resgate desde o início do desabamento do prédio. As buscas das corporações somaram 31 horas ininterruptas, e se encerraram neste sábado. Entretanto, os trabalhos seguem com a retirada dos animais que estavam na parte do edifício que não desabou.
Operação de resgate
O coronel Robson Roberto, do Corpo de Bombeiros, afirmou que cerca de 90 pessoas estavam envolvidas na operação de resgate, sendo 50 bombeiros e 40 voluntários da Defesa Civil e moradores do entorno.
“Temos duas frentes de trabalho e algumas vítimas responsivas. Ou seja, a partir do estímulo que o bombeiro coloca, a vítima está respondendo. Os cães indicaram onde estão outras possíveis vítimas”, detalhou o comandante.
A edificação – que já havia sido condenada pela Defesa Civil – era composta por dois blocos. Um desabou totalmente e outro parcialmente. No Twitter, moradores da região postaram um vídeo do momento em que o prédio caiu.
A previsão é de chuva no litoral pernambucano ao longo do fim de semana, o que pode dificultar o resgate de vítimas. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), se pronunciou ontem nas redes sociais, afirmando que o governo do Estado prestará todo o apoio necessário aos moradores do prédio que desabou.
Problemas na estrutura
Pelo menos a metade das famílias que ocupavam o prédio que desabou, ontem, no município de Paulista, não era proprietária dos apartamentos. O prédio havia sido interditado pela primeira vez em 2010 por apresentar problemas estruturais.
Em 2012, porém, a maior parte dos apartamentos voltou a ser ocupada. Em 2018, houve uma nova interdição, mas mais uma vez as pessoas retornaram ao imóvel por não ter onde morar.
Foi o que aconteceu com a pensionista Leidjane Costa, de 62 anos, que conseguiu escapar do desabamento após seu filho chegar ao local gritando para ela descer. Ela mora na parte da edificação que colapsou parcialmente, há 17 anos.
“Faz muito tempo que eu queria ter saído daqui, mas não tinha condições. Em 2010 saí, mas acabei voltando cerca de um ano depois. Em 2018, quando interditaram de novo, passei uns dias fora, mas voltei novamente.
Esse é meu único bem e não recebi nada de indenização da seguradora, por isso como é que poderia sair? Para onde?”, indagou. “Estou muito triste por causa dos meus vizinhos que morreram e dos que a gente nem sabe se vão sair com vida.”
As informações são Agência Estado e da Agência Brasil.