A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu nesta segunda-feira (19) punição imediata ao jogador Robinho, condenado em primeira instância na Itália por violência sexual de grupo.
No Palácio do Planalto, onde participou de cerimônia presidencial, a ministra lembrou que ainda cabe recurso à decisão, mas salientou que, na opinião dela, os áudios da investigação são claros sobre um envolvimento do jogador no episódio ocorrido em 2017.
“Cadeia, imediatamente. Eu não tenho outra palavra para falar. Ainda cabe recurso, mas o vazamento dos áudios, gente. Querem mais o quê? Cadeia. Nenhum estuprador pode ser aplaudido. O cara quer voltar para o campo para posar como herói?”, questionou.
A ministra parabenizou o Santos por ter suspendido o contrato com o jogador e ressaltou que não devem ser feitas concessões a pessoas condenadas por crime de violência sexual. Segundo ela, o cumprimento da pena deve ser imediato.
“O clube já reviu. Parabéns ao Santos por ter rescindido. Parabéns. Eu sei que ainda cabe recurso lá, mas eu acho que está muito claro. O vazamento dos áudios está muito claro. A forma como chegou a nós. Para todo mundo entender: esse é um crime que não merece nenhuma consideração ao abusador, ao estuprador. A gente não tem de fazer concessão com esse tipo de crime. Tem de cumprir a pena que é estabelecida, ou lá ou aqui, imediatamente”, disse.
O contrato com o Santos foi suspenso na sexta-feira (16), seis dias depois do anúncio e após intensa pressão de patrocinadores e torcedores. Robinho nega que tenha cometido o crime e recorre em segunda instância da condenação.
Para a Justiça italiana, o conteúdo das interceptações mostrou que Robinho e os demais acusados sabiam que a vítima, uma albanesa então com 23 anos, estava alcoolizada e incapaz de reagir ao assédio do grupo.
Segundo a acusação do Ministério Público italiano, Robinho e outros cinco homens embebedaram a jovem albanesa em uma discoteca em Milão em janeiro de 2013, quando o atacante jogava no Milan (ITA). Ela ficou inconsciente e foi levada para a chapelaria do estabelecimento, onde foi violentada múltiplas vezes.
No primeiro julgamento, ele e o amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão e pagamento indenização de 60 mil euros –os outros acusados foram considerados incontactáveis, e o processo foi suspenso para eles.
A acusação foi baseada no depoimento da vítima e em conversas interceptadas do grupo de amigos sobre o ocorrido. As interceptações foram iniciadas em janeiro de 2014, em telefones grampeados e escutas instaladas no carro usado por Robinho.
De acordo com uma das transcrições, Robinho foi avisado da investigação pelo músico Jairo Chagas, que tocou na boate na noite em que teria ocorrido o estupro. Ele afirmou: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”.