A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo inscreveu em 2023, um total de 21.721 presos para a participação do Enem PPL (Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade) em todo o Estado. A modalidade aplicada desde 2010, dá a oportunidade de ingressão de reeducandos presos e jovens em medidas socioeducativas à cursos de ensino superior.
Na região de Campinas, em dados exclusivos levantados pelo TODODIA, as cidades de Americana, Campinas, Hortolândia e Sumaré, que abrigam algumas das unidades penais do Estado, contabilizaram 837 presos inscritos para o Exame. Os detentos tiveram até o dia 27 de outubro para realizar a inscrição da prova.
Diferente do Enem tradicional, que tem início já neste domingo (5), as provas para os detentos acontecem um mês depois, sendo aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro, com as notas liberadas no dia 16 de janeiro de 2024, junto ao Enem regular.
Em todo o Estado, o número de detentos interessados em ingressar num ensino superior por meio do exame vem tendo um crescimento significativo. Em 2020, foram 12.778, 2021 foram 17.380 e em 2022 19.597, tendo um aumento de 10,9% em 2023, comparado ao ano anterior.
Prova
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aluísio Teixeira), órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pela aplicação do exame, as provas têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. “A única diferença está na aplicação, que ocorre dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelas unidades da Federação”, afirma o Instituto.
Serão no total, assim como no modelo regular, quatro provas objetivas, com 45 questões de múltipla escolha e uma redação em Língua Portuguesa.
Resultados
Com o resultado definitivo, os reeducandos podem pleitear uma bolsa em alguma universidade ou utilizar os programas governamentais como o Sisu (Sistema de Seleção Unificado), ProUni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Financiamento Estudantil).
Para utilização do resultado para inscrição em faculdades, só é permitido a utilização da nota, presos que estiverem em regime semiaberto ou em liberdade – caso a pontuação ainda esteja válida para uso.
Segundo informado pela SAP, o primeiro semestre de 2023 chegou ao resultado de 270 reeducandos em atividade em cursos de ensino superior. Diferente do fim de 2022, quando esse número chegava a 185 pessoas.