Quanto custa a demência no Brasil? Em pesquisa recente divulgada pelo Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (Renade), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a partir da iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), ao menos 73% dos custos que envolvem o cuidado de pessoas com demência no Brasil ficam em responsabilidade para familiares dos pacientes.
Segundo a pesquisa, o custo médio mensal por pessoa aumenta de acordo com a progressão da demência, do inicial, moderado até o avançado, podendo chegar a 81,3% dos custos familiares.
Confira os valores:
Estágio Inicial: R$ 2.082,30
Estágio Moderado: R$ 3.255,00
Estágio Avançado: R$ 3.893,10
O relatório afirma que esses custos tendem a aumentar nas próximas décadas, acompanhando o aumento de casos atrelados ao envelhecimento populacional – que teve entre 2010 e 2022 um aumento de 56% em pessoas com mais de 60 anos.
O alto valor direcionado ao tratamento também reflete na sobrecarga acometida pelas famílias, que precisam buscar novos meios para gerar renda e manter o tratamento. Essa sobrecarga, deixada para os responsáveis pelos cuidados, fica na maior parte das vezes deixada para as mulheres – que corresponde a 69,3% dos entrevistados durante as pesquisas para a realização do formulário.
Subdiagnósticos
Segundo apresentado pela pesquisa, estima-se que, em 2019, mais de 55 milhões de pessoas viviam com demência no mundo, com projeções de atingir, em 2050, mais de 150 milhões de pessoas.
No Brasil, esse número, no mesmo ano, era estimado em 1,85 milhões de pessoas viviam com a doença. O estudo ainda projeta que esses números irão triplicar até 2050.
O documento também estima que aproximadamente 80% das pessoas com demência não estão diagnosticadas no Brasil.