sábado, 1 novembro 2025
OPINIÕES DIVIDIDAS

Após megaoperação no RJ, maioria dos mortos é identificada com antecedentes; cidade registra protestos contra ação policial

Apesar das justificativas oficiais, a operação gerou protestos e críticas de moradores e de entidades de direitos humanos
Por
Redação
Apesar das justificativas oficiais, a operação gerou protestos e críticas de moradores e de entidades de direitos humanos. Foto: Governo do RJ e Tânia Rêgo/Agência Brasil

A operação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, realizada no último dia 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, resultou em mais de uma centena de mortes e reacendeu o debate sobre a política de segurança pública no estado.

De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil, das 99 vítimas fatais já identificadas, 78 possuíam antecedentes criminais e 42 tinham mandados de prisão em aberto.

As forças de segurança afirmam que a ação teve como alvo integrantes de uma facção criminosa que atua na região. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, declarou que a operação foi legítima e que os agentes “reagiram a uma ofensiva de criminosos fortemente armados”.

O governador Cláudio Castro (PL-RJ) classificou a ação como um “sucesso” e afirmou que todos os mortos, com exceção de quatro policiais, eram integrantes de grupos criminosos. Segundo o governo, foram apreendidos fuzis, munições e grandes quantidades de drogas durante a operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes.

O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) e o governador Cláudio Castro (PL-RJ) durante anúncio de medidas para combater o crime organizado. Foto: Philippe Lima/Governo do RJ

Protestos e críticas
Apesar das justificativas oficiais, a operação gerou protestos e críticas de moradores e de entidades de direitos humanos.

Nesta sexta-feira (31), manifestantes ocuparam ruas na região do Complexo do Alemão, apontando execuções, invasões de domicílios e tratamento indevido aos corpos das vítimas.

Manifestantes se reúnem na comunidade da Vila Cruzeiro para protestar. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Organizações civis e movimentos sociais classificaram a ação como uma “carnificina” e pediram investigação independente.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Rio de Janeiro, defendeu que o MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) acompanhe o caso para verificar se houve abusos por parte das forças de segurança.

Entidades como a Anistia Internacional Brasil e a Human Rights Watch também se manifestaram, apontando que o número de mortos é um dos mais altos já registrados em operações policiais no país.

Próximos passos
O MPRJ informou que abriu um procedimento para apurar as circunstâncias das mortes e o uso da força durante a operação.

A Defensoria Pública anunciou que também irá coletar depoimentos de moradores e de familiares das vítimas.

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