O cigarro eletrônico se tornou moda entre os jovens e é utilizado pelos mais velhos para evitar o uso do tabaco convencional, o cigarro eletrônico, também conhecido como vape, pode reduzir em até 14 anos a expectativa de vida das mulheres e em 10 a dos homens. A conclusão veio de uma análise global de estudos internacionais.
O tema será destaques do Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Transamerica Expo Center, em São Paulo, nos dias 30, 31 de maio e 1° de junho. O congresso contará com debates sobre os diversos aspectos do impacto do fumo no sistema cardiovascular. O Dia Mundial sem Tabaco será no meio do congresso, no dia 31.
“O coração é o órgão mais prejudicado pela nicotina. A substância é responsável por liberar adrenalina, que acelera o coração, aumenta o consumo de oxigênio e a pressão arterial. Este processo favorece a aterosclerose, o infarto, a morte súbita e o AVC”, afirma a cardiologista, que será palestrante no Congresso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de oito milhões de pessoas morrem por ano por causa do tabaco”. Afirma a assessora científica da SOCESP, Jaqueline Scholz.
A legalização do cigarro eletrônico no Brasil, ainda é uma polêmica. Pesquisas mostram que, em nações que legalizaram o uso, o número de usuários é o triplo em comparação com o próprio Brasil e Tailândia, por exemplo, onde existe a proibição. “Alguns modelos funcionam com o sal de nicotina, ou pods, que produz dependência mais rápida que o cigarro convencional. Uma vez inalada, ela estimula a liberação de neurotransmissores como a dopamina, responsável pela sensação de prazer, bem-estar e relaxamento. Apesar de não expor o usuário ao monóxido de carbono, uma vez que não ocorre combustão (o aquecimento é feito por bateria), o vape promove a dependência de nicotina”, explica Jaqueline Scholz.
Além disso, os eletrônicos emitem mais nanopartículas que os cigarros convencionais. Estas partículas ultrafinas de aproximadamente 100 nanômetros, são responsáveis pela asma e por agravos ao endotélio, corroborando para o infarto e o AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Existe ainda o risco para os fumantes passivos. Que são muitos. Uma pesquisa feita pela SOCESP, com 2.764 entrevistados das cidades de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Vale do Paraíba e na capital, aponta que 23% dos paulistas respiram a fumaça dos outros regularmente. “O cigarro mata mais de 440 pessoas por dia no Brasil. Precisamos seguir encontrando meios para acabar com todas as formas de tabagismo”, finaliza Jaqueline Scholz.
Seja o cigarro de tabaco ou o eletrônico, é fundamental tratar a dependência, com ajuda de especialistas. Estimativas da SOCESP, com base em estudos nacionais e internacionais, apontam que apenas entre 3 e 5% daqueles que tentam parar de fumar sem ajuda são bem-sucedidos.