domingo, 17 agosto 2025
SAÚDE

Crescimento de acidentes e mortes por picadas de abelhas se torna problema de saúde pública

Em três anos, registro de ataques saltou quase 80%, e de óbitos mais que dobrou
Por
Redação
Entre 2021 e 2024, os ataques envolvendo as chamadas abelhas africanizadas aumentaram 83%. Foto: Jonathan Wilkins / Agência SP

Celebradas pela função polinizadora e pela produção de mel, as abelhas da espécie Apis mellifera parecem inofensivas quando observadas em voos solitários na paisagem urbana. No entanto, ataques por enxames têm se tornado cada vez mais frequentes e perigosos, batendo recordes de acidentes e mortes no Brasil.

Entre 2021 e 2024, os ataques envolvendo as chamadas abelhas africanizadas aumentaram 83%, saltando de 18.668 para 34.252 ocorrências. No mesmo período, a quantidade de óbitos mais que dobrou, crescendo 123% e chegando a 125 mortes em 2023, número que voltou a se repetir em 2024.

Abelhas superam serpentes em registros

Os dados chamam atenção especialmente porque, em 2023, o total de acidentes com abelhas ultrapassou o número de ataques provocados por serpentes — cenário que se mantém até hoje. A comparação reforça a gravidade do problema e a necessidade de medidas de prevenção.

Pesquisadores apontam riscos

O aumento expressivo no número de casos levou um grupo de pesquisadores da Unesp a publicar um artigo na revista científica Frontiers in Immunology. O estudo, coordenado pelo médico-veterinário Rui Seabra Ferreira Júnior, diretor do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), alerta para o envenenamento por picadas de Apis mellifera como um problema de saúde pública negligenciado.

A pesquisa descreve os efeitos clínicos do veneno no organismo humano, analisa o impacto das toxinas e avalia tecnologias terapêuticas emergentes. Até julho deste ano, mais de 18 mil acidentes já haviam sido registrados no país, reforçando a urgência do tema.

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