As famílias paulistas estão menos dispostas a gastar em 2025, ao menos no comércio. É o que mostra uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que ouviu 1.100 pessoas nas 120 maiores cidades paulistas, entre os dias 6 e 10 de janeiro. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) os números são semelhantes, indicando retração em comparação com 2024.
O indicador, que mensura o quanto as famílias estão dispostas a consumir, fechou dezembro em 108,5 pontos, índice que há 12 meses era de 113,3 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que mede o otimismo das famílias em ir às compras, terminou o ano em retrocesso de 4,3%, com 125,6 pontos. De acordo com a pesquisa, os desempenhos são reflexos da insegurança das famílias em meio a um cenário macroeconômico que começa a se mostrar desafiador, com a manutenção da taxa Selic em níveis elevados, o que dificulta o acesso ao crédito e desestimula o consumo.
Assessora da Fecomércio, Kelly Carvalho afirma que, considerando esses números, o desempenho da economia em 2025 dependerá de três pilares: a inflação, a política monetária e a condução das contas públicas. “As projeções sugerem que a inflação de 2025 seja de 4,8%, e a de 2026 fique em 4,6%. Será necessário manter a disciplina fiscal e adotar políticas que garantam estabilidade nos preços, especialmente nos setores de serviços e bens essenciais, como alimentos e energia”, ressaltou.
A recomendação da Fecomércio aos consumidores é reduzir o endividamento, com foco no pagamento de dívidas e na minimização da exposição a taxas de juros elevadas, além de realizar planejamento financeiro. Já os empresários precisarão adotar estratégias que priorizem a eficiência operacional, otimizando custos e processos para enfrentar margens mais apertadas. Uma nova tendência é no investimento em marketing digital para captar a demanda residual e fidelizar consumidores.