quinta-feira, 20 novembro 2025
CONSCIÊNCIA NEGRA

Estado de SP tem delegacia que investiga casos de racismo, intolerância, xenofobia e LGBTfobia

Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância já recebeu 270 denúncias neste ano
Por
Redação
Unidade na capital é especializada casos de preconceito por raça, cor e etnia. Foto: Governo de SP

Os casos que envolvem os crimes de intolerância e injúria racial têm chegado cada vez mais ao conhecimento das autoridades do Estado de São Paulo. Entre janeiro e outubro deste ano, a Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) recebeu 270 denúncias e abriu 125 inquéritos para investigar casos de racismo, tanto presenciais quanto online.

Criada em 2006, a Decradi pertence à Divisão de Proteção à Pessoa, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A unidade funciona na capital paulista e é especializada em situações que envolvem preconceito por raça, cor e etnia.

Mas o trabalho não para aí: a delegacia também investiga crimes motivados por religião, procedência nacional, orientação sexual, identidade de gênero e até convicções políticas ou ideológicas.

Segundo a diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo, o primeiro passo sempre começa ouvindo a vítima.

“O atendimento é essencial para entender a dor do que foi vivido e reunir provas e testemunhas que ajudem a identificar o autor”, afirmou. A equipe da Decradi é formada por policiais treinados especificamente para lidar com esse tipo de violência.

Prevenção também faz parte
Além das investigações, a delegacia desenvolve ações de prevenção, principalmente por meio de palestras e atividades educativas em escolas, organizações sociais e redes de proteção.

O objetivo é mostrar, especialmente às crianças, que racismo é crime e que um existe um caminho seguro para pedir ajuda. “É na escola, na base, que precisamos atuar. As crianças precisam saber que há um espaço para acolhimento e denúncia”, disse a delegada.

Unidade também recebe denúncias enviados por instituições e plataformas digitais. Foto: Governo de SP

Parcerias e encaminhamentos
A Decradi mantém contato constante com o Ministério Público, Defensoria Pública e Secretaria da Justiça. Também recebe denúncias enviados por instituições e plataformas digitais. Quando o crime acontece em outras cidades do estado, a delegacia pode apoiar investigações e trocar informações com outras unidades, quando acionada.

Racismo online e importância da denúncia
Com o avanço dos crimes cometidos pela internet, o trabalho de rastreamento de perfis e preservação de provas é fundamental. Publicações ofensivas, prints de conversas e links ajudam no rastreamento dos autores, especialmente quando perfis falsos estão envolvidos. A orientação é simples: nunca apague as evidências antes de procurar uma delegacia.

A delegada ressaltou a importância do registro da ocorrência, mesmo quando a vítima não conhece o autor ou acredita que o crime é “apenas” virtual. “Racismo é um crime inafiançável e imprescritível. Denunciar é fundamental, não só para responsabilizar o agressor, mas para quebrar o ciclo de violência e estimular outras vítimas a procurarem ajuda”, explicou Ivalda.

Consciência Negra é “marco de reflexão”
Para a Polícia Civil do Estado, o Dia da Consciência Negra representa um marco de reflexão e reforço institucional. “É um dia de luta e afirmação. Aproveitamos para rever protocolos, pensar em ações afirmativas e fortalecer o trabalho de proteção às vítimas”, finalizou.

Os casos de racismo e injúria racial podem ser registrados presencialmente na 2ª Decradi, no DHPP, ou por meio de boletim eletrônico, que será encaminhado à unidade responsável. Todos os distritos policiais do estado também recebem e investigam as denúncias.

*Com informações de Agência SP

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também