sexta-feira, 22 novembro 2024
GUERRA EM ISRAEL

Estados Unidos votam contra, e Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta do Brasil sobre o conflito

A proposta apresentada pelo governo brasileiro pedia pausas humanitárias nos ataques e a permissão de acesso à Faixa de Gaza para auxílio humanitário.
Por
Isabela Braz, com informações da Agência Brasil
Foto: Reprodução/ UN WebTV

Com voto contrário dos Estados Unidos, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou, nesta quarta-feira (18), a proposta apresentada pelo governo brasileiro sobre os conflitos na Faixa de Gaza envolvendo Israel e o grupo palestino Hamas.

Com 12 votos a favor, duas abstenções – da Rússia e do Reino Unido – e apenas um voto contrário, dos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores explicou, por meio de nota, que a aprovação no Conselho requer o apoio de pelo menos nove dos seus membros. Entretanto, o veto ocorreu devido ao fato de os EUA serem membros permanentes, com poder de veto.

O texto elaborado pelo Brasil, que atualmente preside o Conselho, pedia pausas humanitárias nos ataques entre Israel e o Hamas, bem como a permissão de acesso à Faixa de Gaza para auxílio humanitário.

Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, destacou que o presidente norte-americano, Joe Biden, se encontra atualmente na região do conflito, o que, segundo ela, demonstra o envolvimento do país na questão. “Embora reconheçamos o desejo do governo brasileiro de aprovar a proposta, acreditamos que devemos permitir que a diplomacia aconteça”.

A embaixadora afirmou ainda que as resoluções são importantes e que as ações realizadas no local devem ser consideradas. “Os Estados Unidos estão desapontados por esta resolução não mencionar o direito de Israel à autodefesa. Assim como qualquer outro país do mundo, Israel tem o direito de se defender”, declarou.

Na segunda-feira (16), os membros do Conselho rejeitaram uma proposta de resolução da Rússia sobre o conflito. O país apresentou um projeto para um cessar-fogo imediato, incluindo a abertura de corredores humanitários e a libertação segura de reféns, mas não condenou diretamente o Hamas pelos atos de violência contra Israel. A proposta recebeu cinco votos favoráveis, quatro contrários e seis abstenções.

O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou que o Brasil fez todos os esforços possíveis para cessar as hostilidades no conflito e para evitar o sacrifício de vidas humanas, a fim de fornecer apoio às populações locais e aos brasileiros. “Nossa preocupação sempre foi humanitária neste momento, e cada país teve sua própria inspiração”, disse ele.

Por meio das redes sociais, o ex-presidente Lula (PT) fez um apelo ao secretário-geral da ONU em defesa das crianças palestinas e israelenses, garantindo que, como presidente provisório do Conselho, ele se juntará aos esforços para que esse conflito cesse imediatamente.

“Guerras não fazem sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício, destruídas em instantes. Faço este apelo novamente. Os inocentes não podem pagar pelo absurdo da guerra”, disse Lula.

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