O Ex-PM Élcio de Queiroz, afirmou para a Polícia Federal (PF) e para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) após firmar delação premiada, que o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões de Correa – o Suel –participaram do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes.
A informação foi dita, em meio de coletiva de imprensa, pelo Ministro da Justiça Flávio Dino, após a realização da “Operação Élpis”, na manhã desta segunda-feira (24), que apura os homicídios que chocaram o país em 2018.
Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana. Essa foi a primeira investigação realizada desde que o caso foi passado para a PF, em fevereiro deste ano.
O ex-bombeiro Maxwell Correa foi preso nesta manhã durante a operação. Ele foi condenado a 4 anos de prisão em 2021 por atrapalhar as investigações sobre o crime, mas cumpria a pena em regime aberto. Suel era dono do carro utilizado para esconder as armas usadas por Ronnie.
Segundo Flávio Dino, essa junção entre a PF e o MPRJ conseguiu produzir várias provas sobre a dinâmica do crime. Em razão dessa colaboração premiada, realizada cerca de 20 dias atrás, os agentes oficiais conseguiram realizar a operação.
“Nessa delação o Sr. Élcio revelou a participação de um terceiro indivíduo, que é exatamente o Sr. Maxwell, e confirmou a participação dele próprio e do Ronnie Lessa”, diz o ministro
Com essa delação, Dino afirma que houve o encerramento dessa primeira fase da delação, agora que detalhes e dúvidas foram esclarecidas e que a investigação seguirá. “Não há de forma alguma a afirmação de que a investigação se acha concluída, pelo contrário, o que acontece é que há um avanço, uma mudança de patamar dessa investigação”.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF afirmou que sigilo de boa parte da investigação foi retirado e brevemente a imprensa terá acesso a detalhes de localidade de onde foram feitas as buscas e sobre algumas conclusões.
“A grande novidade eu diria é que com certeza abre uma esperança nova para o caso é a ocorrência da delação do Élson que elimina qualquer dúvida em relação a execução e aponta desde o início até o desfecho, inclusive itinerários, roteiros”, afirma Dino, para ele, isso permitirá avanço da operação.
Em suas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, declarou que teve uma conversa com Dino após a operação. “Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê? ”, disse a Ministra.
Operação Élpis
Entre os demais alvos da operação realizada nesta manhã, estão Denis Lessa – irmão de Ronnie; Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha; João Paulo Vianna dos Santos, conhecido como Gato do Mato; Alessandra da Silva Farizote; Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o Mauricinho e Jomar Duarte Bittencourt Junior, o Jomarzinho.
Apenas Maxwell foi preso nesta operação. Novos desdobramentos serão realizados nos próximos dias.
A finalização do caso e a conclusão da dúvida “quem matou e quem mandou matar, Marielle?”, é uma das promessas feitas pelo ministro Dino durante sua posse como ministro.