O bispo diocesano de Limeira, Dom José Roberto Fortes Palau, concedeu uma entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (23), sobre a morte do papa Francisco, cujo velório acontece até esta sexta-feira (25), no Vaticano.
Dom José compartilhou suas impressões pessoais e reflexões sobre o pontificado de Francisco, destacando o legado do pontífice.

“Um homem simples, muito trabalhador e profundamente humano”, ressaltou o bispo diocesano. Dom José destacou ainda a valorização das mulheres dentro da estrutura eclesiástica, lembrando que o papa promoveu maior participação feminina em instâncias de decisão no governo do Vaticano, algo inédito na história da Igreja.
Outro ponto de destaque foi a sinodalidade, uma das marcas do pontificado de Francisco. “A sinodalidade proposta pelo Papa é uma Igreja que caminha junto” reforça Dom José, para quem essa é uma herança que deve permanecer viva, mesmo com a chegada de um novo papa.
Sobre o futuro da Igreja, Dom José foi cauteloso, mas otimista. “Não devemos esperar grandes mudanças na caminhada da Igreja. O estilo pode mudar com um novo pontífice, mas as decisões importantes de Francisco tendem a ser mantidas”.
Para o bispo, o fato de Francisco ser latino-americano representou um reconhecimento da fé do povo deste continente, bem como de uma linha pastoral mais próxima, mais humana e acessível.
A coletiva também contou com a participação de outros membros do clero diocesano, como o padre Cássio Roberto Rossette, Vigário Geral da diocese. Ele recordou os momentos em que esteve próximo ao papa durante audiências gerais no Vaticano. Padre Cássio ressaltou a “dimensão humana e orante” de Francisco, destacando o bom humor, a bondade e a capacidade de tocar no que classificou como “feridas humanas” com sensibilidade e compaixão.
Já o Coordenador Diocesano de Pastoral, o padre Diego Miquelotto, que esteve no Vaticano no ano passado, lembrou a alegria e o bom humor do papa. Segundo ele, a ênfase constante na misericórdia foi uma das grandes marcas do pontificado. “Francisco sempre incentivou a Igreja a ser o rosto da misericórdia e do perdão. Foi um papa muito pastoral, que caminhava ao lado do povo”, afirmou padre Diego.