A Inflação de junho, indicada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu 0,08% no mês de junho, ficando 0,31 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,23% registrada em maio deste ano. A informação foi divulgada nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando foi registrado o índice de -0,23% no valor da inflação, sendo também a primeira deflação desde setembro de 2022, quando foi apresentado queda de 0,29% no mês.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%. Há 1 ano, a alta da inflação era registrada em 11,89%.
Dos nove grupos do IPCA, quatro registraram quedas nos preços entre maio e junho. Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%) foram os grupos que mais contribuíram para o resultado do mês. Também registraram quedas os Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%).
No lado das altas, o maior impacto (0,10 p.p.) e a maior variação (0,69%) vieram de Habitação. Os demais grupos ficaram entre o 0,06%, em Educação; em saúde e cuidados pessoais, 0,11%; 0,36% de Despesas pessoais e 0,35 no Vestuário.
Segundo André Almeida, analista de pesquisa do IBGE, Alimentação e Bebidas são os grupos “mais pesados” dentro da cesta de produtos e serviços no consumo das famílias. “Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André.
Alimentação e Transporte
Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já a alimentação fora do domicílio (0,46%) desacelerou em relação ao mês anterior, passando de 0,58% no mês anterior para 0,46%, em virtude das altas menos intensas do lanche (0,68%) e da refeição (0,35%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica Almeida.
Em Transportes, o resultado deve-se ao recuo nos preços dos automóveis novos, em -2,76% e dos automóveis usados em -0,93%.
Na pesquisa, foi destacado também o resultado de combustíveis, com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.
A pesquisa também mostra que todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. “Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca o analista.
Queda do INPC
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), outro índice de inflação, também registrou queda nesse período.
O índice que tem por objetivo a correção do poder de compra do salário dos brasileiros, considerando a variação das cestas de consumo, teve queda de 0,10% em junho. Em maio, o índice havia registrado aumento de 0,36%.
No ano, o INPC acumula alta de 2,69% e, nos últimos 12 meses, de 3,00%, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.
Os produtos alimentícios caíram 0,66% em junho e os não alimentícios subiram 0,08%, desacelerando em relação ao resultado de 0,43% observado em maio. Regionalmente, doze áreas registraram queda em junho, com o menor resultado em Goiânia (-0,86%), e o maior, em Recife (0,38%)
