sexta-feira, 4 julho 2025
SAÚDE

Julho Amarelo: conscientização e combate às hepatites virais

Classificadas como grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, as hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves
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Redação
A maior parte está na Região Sudeste, a exceção do vírus D, cuja predominância se dá na Região Norte, e a incidência é maior entre o sexo masculino | Foto: Arquivo/Agência Brasil

As hepatites virais causam aproximadamente 1,4 milhão de mortes por ano em todo o mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associados aos diferentes tipos da doença. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, é comparável à do HIV e da tuberculose.

No Brasil, entre 2020 e 2023, o vírus da hepatite C foi responsável por mais de 70% dos óbitos relacionados às hepatites virais, seguido pelos tipos B e A. A maioria dos casos se concentra na Região Sudeste, exceto o vírus D, que tem maior prevalência na Região Norte. A incidência ainda é mais elevada entre o sexo masculino.

No contexto do Julho Amarelo — campanha de conscientização e enfrentamento das hepatites virais —, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz destacou iniciativas exitosas do Sistema Único de Saúde (SUS) que apostam na prevenção e no tratamento.

Uma dessas ações é a testagem rápida de HIV, sífilis e hepatites B e C para gestantes e parceiros sexuais na Atenção Básica, visando interromper a transmissão vertical — da mãe para o feto — e proteger a saúde do bebê.

Outro projeto importante é a Descentralização do teste rápido e do aconselhamento de HIV, sífilis e hepatites em Campos dos Goytacazes (RJ), que capacita e supervisiona equipes da Atenção Primária e centros de referência, ampliando o acesso ao diagnóstico precoce.

Em Joinville (SC), o Laboratório Municipal desenvolveu o programa Impacto financeiro da substituição de exames laboratoriais por testes rápidos para diagnóstico de HIV e hepatites B e C, buscando reduzir custos e ampliar o acesso aos exames na rede básica de saúde.

Já em Volta Redonda (RJ), a experiência Risco de contaminação por vírus da hepatite em salão de beleza focou a segurança sanitária nos estabelecimentos de estética. Em 2018, 493 empresas do setor foram visitadas, e menos de 20% possuíam autoclaves para esterilização de materiais. Foram capacitados 500 profissionais e disponibilizada vacinação contra hepatites virais para reduzir riscos de contaminação.

Silenciosas e preocupantes

As hepatites virais são classificadas como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes, a infecção evolui de forma silenciosa, sem sintomas aparentes, o que pode retardar o diagnóstico por anos ou até décadas.

O avanço da doença pode comprometer gravemente o fígado, levando à fibrose avançada, cirrose, câncer e necessidade de transplante.

No Brasil, os vírus mais comuns são os tipos A, B e C, sendo os dois últimos os principais responsáveis por infecções crônicas. O vírus da hepatite D, mais frequente na Região Norte, e o vírus E, encontrado sobretudo na África e na Ásia, também podem estar presentes.

Quando ocorrem sintomas, costumam incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

A prevenção e o diagnóstico precoce seguem sendo as principais armas no combate a essas infecções silenciosas.

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