Morreu nesta terça-feira (15) aos 90 anos a atriz Léa Garcia, em Gramado, onde a atriz receberia uma homenagem pelo conjunto da obra e o prêmio Osarito no Festival de Cinema de Gramado – o maior festival de cinema nacional, onde a atriz desde sábado estava presente e se mostrando bem feliz nas redes sociais.
A notícia foi informada pelos familiares da atriz em suas redes sociais. “É com pesar que nós familiares informamos o Falecimento agora na cidade de Gramado no @festivaldecinemadegramado da nossa amada Léa Garcia”, disseram em postagem. A causa da morte não foi divulgada.
Nascida na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, Léa Lucas Gargia de Aguiar revolucionou o cinema brasileiro ao se tornar atriz em um momento que mulheres negras não tinham tantas aparições na área.
A atriz foi uma das responsáveis por abrir portas para que mulheres negras ingressassem no audiovisual brasileiro e tomasse seu lugar nos teatros e na televisão.
Aos 19 anos, subiu ao palco pela primeira vez, dando início a sua trajetória nas artes cênicas atuando na peça “Rapsódia Negra”. Na televisão, Léa teve papéis marcantes ao interpretar a personagem Rosa, na novela “Escrava Isaura”. Participou também de produções como a novela “Selva de pedra” e “Dona Beija”.
A atriz tinha acabado de ser convidada e estava em processo de negociação para participar do remake da novela “Renascer”, sucesso nos anos 90, sendo uma das próximas tramas da novela das 21h, no horário nobre da televisão. Léa ia dar vida a personagem Chica Xavier.
Seu último trabalho na televisão foi atuando na série televisa “Independências”, na TV Cultura. No cinema, seu último filme foi uma produção original da Netflix nomeada “Barba, Cabelo & Bigode”, ambas no ano de 2022.
Agora em julho, o autor Julio Claudio da Silva realizou o lançamento do livro biográfico “Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: A Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia”, que busca recuperar aspectos da história do protagonismo negro no pós-abolição brasileiro a partir da trajetória da atriz.