sexta-feira, 17 janeiro 2025
EMERGÊNCIAS CLIMÁTICAS - EP 4

Mudanças ambientais elevam preço dos alimentos; carnes puxaram alta em 2024

Acompanhe o quarto conteúdo da nossa série especial
Por
Nicoly Maia
Foto: Raul Rodrigues / Tv TODODIA

Os impactos ambientais não só trazem consequências ao meio ambiente, mas também afetam o custo dos alimentos em todo o mundo. Prova disso é o quarto aumento consecutivo (1,18%), em dezembro, do grupo Alimentação e Bebidas do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em 2024. A alta acumulada foi de 4,83%.

A alimentação no domicílio subiu 1,17%, influenciada pelas altas das carnes (5,26%), com destaque para costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%), além do óleo de soja (5,12%) e do café moído (4,99%). Já as quedas em destaque foram limão (-29,82%), batata-inglesa (-18,69%) e leite longa vida (-2,53%), segundo a pesquisa.

“Nós precisamos ter a chuva bem distribuída, na hora certa e na quantidade certa, pois isso impacta na qualidade, na quantidade, no uso de agroquímicos e no manejo. Além disso, as plantas são sensíveis a altas temperaturas. Não podemos esquecer da água para irrigação, que é essencial”, comenta Ana de Ávila, pesquisadora do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura).

A qualidade e a quantidade das safras implicam no valor dos alimentos. A lei da oferta e da demanda entra em vigor, como, por exemplo, após a tragédia no Rio Grande do Sul em abril e maio de 2024. O estado é um importante produtor agrícola, em especial de soja, arroz, milho e trigo. Também é forte na pecuária e na produção de frutas. As chuvas e os alagamentos comprometeram os alimentos, levando o mercado a buscar outras alternativas de fornecimento.

O café foi um produto que teve alta de preços no último ano. As importações chegaram ao sétimo lugar do ranking em 2024. No total, foram importadas 2.768.766 toneladas de café não torrado. Em 2023, o café finalizou na décima primeira posição (11º).

A carne também registrou alteração no ranking, passando ao sexto lugar, com 2.545.934 toneladas, segundo informações do Governo Federal. Esse aumento, em um cenário de alta do dólar, leva o consumidor final a pagar mais pelo produto. Entretanto a importação é uma alternativa para o controle e a manutenção dos estoques brasileiros em tempos de crises.

Além disso, as plantações e as safras não são contínuas. O café é uma cultura bienal, com um ano de alta produtividade, seguido por outro de menor produtividade. O milho e o feijão podem ser cultivados duas vezes ao ano em algumas regiões. A soja, o arroz e o trigo têm uma safra principal, podendo chegar a duas em certas áreas.

*Sob supervisão de Airan Prada – Mtb 0078845

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