quinta-feira, 6 novembro 2025
SEGURANÇA

Polícia Civil de São Paulo treina 200 novos escrivães para combater crimes virtuais contra crianças

Capacitação inédita no país prepara agentes para lidar com casos de pornografia infantil, estupro virtual e outras violações no ambiente digital
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Por Redação/AgênciaSP
Agentes do Núcleo de Observação e Análise Digital participaram. Foto: AgênciaSP

O Estado de São Paulo deu início a uma capacitação inédita no Brasil voltada ao enfrentamento de crimes virtuais contra crianças e adolescentes. Pela primeira vez, 200 escrivães em formação participaram de um treinamento especializado sobre o tema, ministrado por equipes da Polícia Civil paulista.

O curso integra o processo de formação dos novos escrivães, com previsão de término em janeiro de 2026, e foi realizado nesta terça-feira (4) na Academia de Polícia Civil Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol).

Formação inédita e foco na proteção infantil
Durante a abertura, o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, destacou a importância da preparação dos futuros policiais para lidar com crimes cibernéticos. “É um crime que, infelizmente, tende a aumentar em todo o país. Por isso, vocês precisam estar preparados e ambientados com as ferramentas para adotar as providências cabíveis que a Justiça e a lei determinam”, afirmou.

O módulo foi ministrado por agentes do Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública. Os profissionais apresentaram as etapas de investigação digital e orientaram os futuros escrivães sobre a importância de registrar corretamente as ocorrências conforme as diretrizes legais.

Empatia e qualificação no atendimento às vítimas
A coordenadora do Noad, delegada Lisandréa Salvariego, ressaltou que o atendimento a esse tipo de crime exige empatia e preparo emocional. “É necessário qualificar esses policiais para que saibam como recepcionar esse tipo de ocorrência e que, a partir disso, seja iniciada uma investigação contundente para que os autores sejam devidamente identificados e punidos”, explicou.

Para a futura escrivã Débora Alves, a capacitação foi marcante. “Esse conteúdo indica uma série de ações que deveremos adotar ao recepcionar um crime virtual. Assim, desde o primeiro contato, poderemos garantir conforto e efetividade policial para as vítimas”, disse.

Ela acrescentou que o aprendizado também envolve o cuidado com familiares das vítimas. “Nosso trabalho precisa ser empático, pois é uma situação que impacta todo o meio familiar. Ter esse cuidado e atenção é essencial”, completou.

O papel do Noad
Criado pela resolução nº 67/2024, o Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) foi o primeiro órgão estadual implantado com o objetivo de coibir a expansão da violência digital, especialmente crimes como estupro virtual e comercialização de pornografia infantil.

Sediado no prédio da Secretaria da Segurança Pública, o núcleo mantém agentes infiltrados em comunidades e grupos online 24 horas por dia. Esses policiais, conhecidos como “observadores digitais”, atuam na identificação e interrupção de ações criminosas.

O Noad também conta com a colaboração de policiais militares e peritos. Todo o material obtido é transformado em relatórios de inteligência anexados a inquéritos policiais, que servem de base para pedidos judiciais de busca, prisão ou internação. Em situações de risco iminente, os agentes acionam outras unidades da polícia para intervenções rápidas.

*Com informações da Agência SP

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