Após 15 dias de greve dos professores das ETEC’s (Escolas Técnicas Estaduais) e FATEC’s (Faculdade Técnica) integradas ao CPS (Centro Paula Souza), por reinvindicação de melhorias nas condições de trabalho, professores e funcionários retomaram as atividades nas instituições de ensino nesta terça-feira (22).
A decisão da suspensão da greve foi aprovada pelo Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza), após reunião realizada na tarde dessa segunda-feira (21), mas, devido as insatisfações da classe, os professores e funcionários do CPS ainda se mantém em estado de greve, mesmo que no exercício da função.
“Estarmos em ‘estado de greve’ significa manter as atividades de mobilização junto à comunidade, às câmaras municipais, deputados etc. Vários representantes expuseram na reunião do CCG (Comando Central de Greve) um conjunto de atividades já marcadas e que vão prosseguir”, afirmou o sindicato em nota.
O estado de greve deve se manter durante as negociações do Sindicato e categoria sobre as diretrizes do plano de carreira apresentadas pela instituição de ensino na última sexta-feira (18) e outras reivindicações feitas, como o fim do arrocho salarial, defesa do CPS e o pagamento do bônus resultado que estava atrasado.
“A suspensão da greve se deve ao voto de confiança que daremos ao governador Tarcísio de Freitas e a Laura Laganá (diretora-superintendente do CPS). Durante o estado de greve esperamos que o governo do Estado de São e o CPS negociem as demandas colocadas pela categoria e sindicato”, disseram representantes da Sintesp.
Representantes do sindicato também afirmaram que o estado de greve é o momento que os professores devem ficam em alerta. Se caso as medidas forem descumpridas, as aulas devem novamente serem interrompidas.
Segundo informado por professores das ETEC’s da região para a rede TODODIA, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Laura Laganá deram um prazo para que os professores aprovem as diretrizes apresentadas até o dia 29 de agosto. “A Laura Laganá disse que o governador não está disposto a negociar e ela também não. As diretrizes têm um monte de furos, estão confusas e abrem para interpretações diferentes”, disse a professora Vanessa Lemos.
DIRETRIZES
Em documento de 21 páginas contendo todas as diretrizes apresentadas pela instituição à classe de professores, o foco de maior insatisfação vem por decorrência do plano de carreira. Segundo os professores, o CPS não quer que os docentes tenham jornada e sim que continuemos horistas – tendo contrato por horas trabalhadas e não fixo.
Na proposta por jornada apresentada, o documento diz que o docente que optar por este modelo considerando sua carga horária de aulas livres:
- em até duas (2) Unidades de Ensino;
- aulas oriundas das classes descentralizadas pertencentes à Sede também poderão compor a jornada docente, no caso das Etecs;
- aulas livres (Etecs) / indeterminadas (Fatecs) de outras Unidades que são ministradas à distância conforme previsto no currículo (20% a distância nos cursos presenciais).
Já os que optarem por manter em modelo de horista, “continuará como horista e seu emprego será extinto após a rescisão do seu contrato no Centro Paula Souza”, disse o CPS. Mantendo o plano de carreira como horista, as aulas ministradas serão compostas por jornadas de trabalho de 10, 20, 30 ou 40h por semana – dependendo da quantidade de aulas pegas pelos professores.
“O CPS quer que votemos se queremos jornada ou ser horistas. Só que pelas diretrizes nenhuma proposta está boa e as diretrizes não estão claras”, disse a professora.“Não temos como votar na carreira sem ter esclarecidas as dúvidas pontuadas pelos colegas”, afirma o sindicato. A Sintesp está elaborando uma carta junto aos professores para esclarecer as dúvidas antes de aprovar às diretrizes.
Até quarta-feira (23) os professores terão tempo para a leitura e reflexão do documento apresentado. Já na quinta (24) e sexta-feira (25), lives serão feitas pela Sintesp, trazendo esclarecimentos, por parte da comissão, aos diretores de unidade e diretores de serviço.
A consulta pública com a votação dos professores ficará aberta dos dias 25 a 29 de agosto. “Esse prazo está apertado. Não tem como definir a vida funcional assim de uma hora para outra. Não aprovamos as diretrizes. Elas têm que ser reformuladas”, finaliza Vanessa.