O secretário de Educação do Governo do Estado de São Paulo, Renato Feder, afirmou durante reunião com a Comissão de Educação e Cultura da ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) nesta terça-feira (20), que a Secretaria de Educação está buscando reformular o Novo Ensino Médio.
Durante a reunião, o secretário afirmou que a secretaria tem ouvido alunos, professores e diretores escolares para implementar mudanças vistas como necessárias por esses grupos, como uma maior carga de disciplinas tradicionais no currículo estudantil.
“Vamos resolver isso e voltar com essas aulas. É um pedido de todas as escolas do Ensino Médio”, afirmou o secretário.
Instituído a partir da Medida Provisória 746 de 2016 e convertida a Lei Federal 13.415 de 2017, o modelo de educação teve como principais alterações a ampliação do ensino integral e a incorporação de novas disciplinas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A MP determina que o ensino de língua portuguesa e matemática serão obrigatórios nos três anos do ensino médio, tornando facultativas as disciplinas de arte, educação física e língua inglesa.
Ao fim do mês de maio, a Alesp havia recebido alunos e professores do estado em manifestação que pedia a revogação do Novo Ensino Médio. Estudantes e professores pedem pela revogação da medida e não a reforma.
Cesar Barreto, professor de matemática na rede estadual, durante a seção com os parlamentares, lamentou sobre o modelo de ensino “São duas aulas por semana no terceiro ano. Nem a base da base eu consigo dar. É uma angústia muito grande, eu quero ver o meu aluno na universidade!”.
Outras propostas
O secretário também apresentou aos parlamentares o projeto da Secretaria para a oferta de vagas a estudantes da Rede Pública em universidades estaduais. Apelidado de “Provão Paulista” ou “Vestibular Paulista”, o programa consistirá na aplicação de provas para estudantes do Ensino Médio, cujas notas poderão ser utilizadas para o ingresso ao ensino público superior do Estado.
Renato Feder afirmou que dialogou com reitores e chegou ao consenso para a oferta de cerca de 15% das vagas de todos os cursos do Estado para os alunos melhores avaliados na prova. A previsão da Secretaria é de que a primeira edição do provão seja aplicada ainda neste ano.
Prestação de contas
Em sua apresentação, Renato Feder listou os problemas que a pasta vê na educação do estado atualmente, entre elas: a frequência estudantil, a qualidade das escolas, a formação de professores e a realização de concursos para a contratação de novos servidores como os principais pontos.
“Muitas vezes a escola tem um plano para o aluno, mas o aluno tem outro plano para si mesmo. Existe a questão financeira, e queremos melhorar isso, mas é também uma questão de apoio”, disse Feder.
A reunião, que foi presidida pela deputada Professora Bebel (PT), contou com a presença de representantes de entidades de classe, como professores, servidores da Educação e estudantes. Bebel afirmou que deverá reunir um comitê para a organização da reunião com o secretário.