O programa Muralha Paulista, realizado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) em colaboração com a Sociedade Esportiva Palmeiras, é uma nova ferramenta de verificação, que busca identificar indivíduos que estão devendo algo à justiça e precisam cumprir alguma determinação.
Implantado no Allianz Parque, estádio do Alviverde, o sistema verificou 146.793 ingressos em quatro jogos e resultou na prisão de 28 criminosos. Um dos detidos era procurado por tráfico internacional de drogas – ele fugiu em março de 2020, após a queda de um avião com mais de 400 kg de entorpecentes, e acabou preso antes de entrar no estádio.
Além dos 28 detidos, 42 pessoas que estavam descumprindo medidas judiciais foram interceptadas e 253 desaparecidos identificados, sendo abordados e qualificados.
Os dados utilizados nessa verificação são nacionais, o que contribui com o combate de pessoas que cometem crimes em um estado e se escondem em outro. Por exemplo, um procurado por pedofilia em Alagoas foi preso tentando acessar um dos jogos. E esse não foi um caso isolado, mandados de prisão de diversos estados foram cumpridos, relacionados aos crimes de roubo, peculato, furto e tráfico de entorpecentes.
“Trata-se de uma ação da área de inteligência policial com a finalidade de deixar o local do evento mais seguro, impedindo o acesso de pessoas que possam comprometer a ordem pública. Os eventos passam a contar com tecnologia de ponta e parceria entre o setor privado e público, sem nenhum custo de implantação para o estado”, explicou a iniciativa o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
O programa Muralha Paulista funciona a partir da integração de sistemas e possibilita que vendas de ingressos sejam analisadas em tempo real por meio de algoritmos de inteligência. Além disso, o sistema de biometria facial, implementado neste ano pelo Palmeiras para coibir o cambismo, favorece a atuação da SSP, pois comprova se o CPF responsável pela compra do ingresso é o mesmo de quem está entrando no estádio.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou que a implementação do reconhecimento facial tem o objetivo de proteger o torcedor. “Queremos que a nossa casa seja cada vez mais segura para todas as famílias que a frequentam e estamos satisfeitos em contribuir com as autoridades públicas de segurança”, disse.
O indicativo de abordagem para uma intervenção das forças policiais acontece por diversos motivos: compra de ingresso de cambistas, uso de documento falso ou de terceiro, mandados de prisão em aberto, descumprimento de ordens judiciais ou de sanções impostas pelo Estatuto do Torcedor e pessoas desaparecidas. Quando aplicado, a pessoa abordada é impedida de acessar o estádio.