Com o objetivo de avaliar o atual cenário da saúde no município, Americana sediou neste sábado (27) a 11ª Conferência Municipal de Saúde. Com o tema “Cuidar, Inovar e Incluir: Fortalecendo o SUS Municipal para o Futuro”, o encontro reuniu no auditório da Faculdade de Americana (FAM) cidadãos, representantes de entidades, associações e movimentos sociais.
O objetivo central foi avaliar o atual cenário da saúde no município, propor melhorias, fortalecer a gestão participativa e definir prioridades para o Plano Municipal de Saúde 2026-2029, assegurando um Sistema Único de Saúde (SUS) mais democrático e eficiente.
“É um mecanismo previsto pela lei que garante a presença da população nas escolhas das prioridades, dos projetos e das propostas que irão compor o Plano Municipal de Saúde, melhorando a saúde da população, sempre pautadas nas necessidades e nos anseios da comunidade”, comenta o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

Como funciona a organização das conferências
A conferência municipal segue um processo estruturado em etapas, iniciado pelas pré-conferências realizadas em diferentes regiões da cidade, como o Parque Gramado, Vila Mathiensen, Antônio Zanaga e Praia Azul. Nesses encontros preparatórios, a população apresentou demandas e sugestões, que foram registradas online e filtradas pelo Comsaúde e pela comissão organizadora.
“Realizamos quatro pré-conferências regionais, mas a participação da população foi baixa. Ainda assim, aqueles que participaram trouxeram muitas propostas bem direcionadas, mostrando conhecimento sobre as necessidades locais”, afirmou o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Messias José Celestino de Carvalho
Cada pré-conferência indicou até duas propostas por eixo temático, além de delegados que representaram suas regiões na etapa final. O processo garantiu assim diversidade de opiniões e a representação das necessidades locais no documento final.
Resultados
Das ações efetivas propostas em conferências anteriores, algumas já apresentam resultados concretos para a população de Americana. O secretário destacou duas em especial: a criação da unidade de oncologia no NACON e a ampliação do atendimento especializado.
“Há quatro anos, o maior anseio da conferência passada foi a oncologia — foi a proposta mais votada. Hoje, temos nossa unidade habilitada no NACON. A segunda demanda mais forte foi a necessidade de mais consultas e exames especializados, além de uma sede melhor para o Núcleo de Especialidades. Conseguimos não só ampliar o atendimento, como também reformar e modernizar o Núcleo”, afirmou Danilo Carvalho Oliveira.

Além disso, lembrou o secretário, houve avanços em outras áreas, como a abertura das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h, a reabertura da UPA Cillos e a inauguração das unidades São José e Dona Rosa, além da ampliação das unidades básicas de saúde.
Os cinco eixos temáticos
O evento trabalhou propostas organizadas em cinco eixos. No fortalecimento da atenção primária à saúde, estão incluídas unidades básicas de saúde, estratégias de saúde da família, equipes de saúde bucal e prisional.
O aprimoramento da atenção especializada abrange clínicas e centros de especialidades, serviços de fisioterapia, oncologia, Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) e atenção domiciliar.
A qualificação da atenção hospitalar e pré-hospitalar contempla hospitais gerais, UPAs e unidades móveis de atendimento.
O fortalecimento da vigilância em saúde engloba vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária, controle de zoonoses e programas de prevenção de doenças.
Por fim, a gestão, inovação e participação social em saúde envolve regulação de acesso, farmácias, logística, ouvidoria, transporte sanitário e informatização.
Metodologia de trabalho
Na conferência, os participantes foram divididos em grupos por sorteio, com 8 a 15 integrantes por eixo temático, garantindo diversidade e paridade. Cada grupo contou com um coordenador, responsável por conduzir as discussões; um relator, encarregado de registrar propostas; e um facilitador, que orientou sobre aspectos técnicos.
“São propostas para quatro anos, e orientamos que sejam realizáveis no âmbito municipal, não questões de responsabilidade estadual. Entrou no Plano Municipal de Saúde, será colocado em prática”, pontuou o presidente do Conselho.
O trabalho seguiu quatro etapas: organização inicial, com eleição do coordenador e do relator e definição dos horários; leitura e adição de propostas, sem debates, para inclusão de ideias adicionais; discussão e aprimoramento, quando cada participante pôde defender, modificar ou fundir propostas respeitando as regras de tempo; e priorização, com a escolha das cinco propostas mais relevantes por eixo, por consenso ou votação.