sábado, 27 abril 2024

Abaixo da média histórica, chuvas em 2021 têm queda de 23%

Boletim do Consórcio PCJ acende alerta para possibilidade de escassez em 2022  

Chuva | Acumulado em 2021 foi 22% menor que média (Foto: Divulgação)

Mesmo com a ampliação dos dias com precipitações, natural para esse período, o mês de dezembro de 2021 apresentou chuvas cerca de 30,9% abaixo do esperado. No fechamento dos registros pluviométricos de todos os meses, o ano passado seguiu a tendência que tem se verificado nos últimos anos, e registrou 23,13% menos chuva do que apontam as médias históricas.

E com menos chuva, os rios também acabam sofrendo o impacto desse fenômeno e diminuem as suas vazões, acarretando menos oferta hídrica. Alguns rios chegaram a apresentar vazões 67,5% menores do que o normal.

Esse são alguns dos dados revelados pelo recente Boletim da Disponibilidade Hídrica das Bacias PCJ, emitido pelo Consórcio PCJ (das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), com objetivo de alertar municípios e empresas associados à entidade, além da comunidade, sobre a situação hídrica da região, atentando para medidas que devem ser tomadas para se preparar para possíveis momentos de escassez.

O documento relata, também, que as chuvas no Sistema Cantareira, importante manancial para as bacias PCJ e a Grande São Paulo, foram as menores já registradas para períodos sem crises hídricas, desde o ano 2000.

O ano de 2021 registrou 1.087,60 mm, quando a média histórica prevê que sejam 1.504,80 mm.

Esse número só não foi pior que o de 2014, durante a mais grave crise hídrica já registrada, quando o acumulado do ano foi de 964,90 mm.

Os técnicos do Consórcio PCJ ressaltam a importância para que o período úmido atual registre boas precipitações, pois, a possibilidade de crise hídrica em 2022 só poderá ser afastada se os reservatórios do Cantareira se recuperarem e atingirem 60% de reservação até o início da estiagem, que ocorre na segunda quinzena de abril. Até a última segunda-feira, esse índice estava em torno dos 27%.

Porém, as previsões do CPETC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) não são nada animadoras. Os dados para o primeiro trimestre de 2022 apontam que podem ocorrer chuvas abaixo das médias históricas no estado de São Paulo, portanto, nas bacias PCJ também.

ALERTA
O Boletim do Consórcio PCJ atenta que os efeitos da baixa disponibilidade hídrica foram expressivos e persistentes nas bacias PCJ no último ano e, desse modo, os técnicos de gestão de recursos hídricos estão alertas e cautelosos para o período hidrológico úmido, que conforme a outorga de 2017, deve durar até maio de 2022.

A entidade segue com a recomendação de atenção e indica que campanhas de racionalização sejam intensificadas mesmo durante o verão, já que chuvas acontecerão, mas, podem não ser suficientes para a recarga dos mananciais das bacias PCJ.

“Cada gota de água deve ser armazenada durante o período chuvoso para que se tenha como atravessar a estiagem de 2022.
Medidas estruturais como implantação e ampliação de bacias de retenção e piscinões ecológicos devem ser mantidas para tentar aumentar o máximo o nível de recarga de nosso lençol freático e nascentes”, afirma a entidade, em nota.

“A comunidade deve estar preparada para tomar medidas de contingenciamento durante a estiagem, caso precipitações abaixo da média se intensifiquem em 2022”, completa o Consórcio PCJ, que disponibilizou diversos materiais sobre essas medidas para municípios, empresas e comunidade, que podem ser acessados pelo site www.agua.org.br/biblioteca. 

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