domingo, 7 dezembro 2025
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Adolescentes da Fundação Casa participam de oficina de grafite e revitalizam espaço de acolhimento

Intervenção artística transforma o hall da unidade e incentiva jovens a explorarem novos caminhos por meio da arte
Por
Nicoly Maia

Cinco adolescentes da Fundação Casa Campinas participam de uma oficina de grafite conduzida pelo artista urbano Weslen de Almeida Arcangelo, o Gelin. A atividade aconteceu ao longo da última semana e foi concluída na sexta-feira (5), e teve como objetivo revitalizar o hall de entrada da unidade, tornando o ambiente mais acolhedor para familiares, servidores e jovens atendidos.

O diretor da unidade, Ciro Arlei Francisco, destaca que a ação envolve uma preparação cuidadosa. “Assim que começamos, reunimos toda a equipe multiprofissional e selecionamos alguns adolescentes para participar. Estamos trazendo grupos de cinco por vez, e para eles tem sido uma experiência incrível. Muitos conhecem o spray e o grafite apenas pelas pichações em muros, ruas e viadutos. Quando mostramos que essa arte pode gerar renda e abrir caminhos, eles se encantam. O desenho que está sendo feito é praticamente todo pintado por eles”, afirma.

Mural simboliza reconstrução de caminhos
Ao longo dos cinco dias de oficina, Gelin orientou o grupo na criação de um mural que retrata um menino de cerca de dez anos montando peças de Lego, metáfora para o processo de reconstrução da vida, peça por peça. “Eu fiz um menino montando Lego, uma criança de oito ou nove anos, idade do meu filho. O Lego traz mil possibilidades. Por mais que algo quebre ou desmonte, você pode montar tudo de novo, criar novos caminhos e recomeçar. A ideia é que eles entendam que existem possibilidades fora daqui, oportunidades para melhorar de vida”, explica Gelin.

A ação reforça a mensagem central: cores transformam, vidas recomeçam. Foto: Reprodução/TV TODODIA.

Espaço renovado para acolher famílias e servidores
A intervenção artística busca transformar o primeiro ambiente visto por famílias que chegam à unidade. A proposta é trazer cor, vida e sensação de acolhimento, reforçando valores de esperança e reconstrução de trajetórias.

Ciro destaca o impacto imediato do mural. “As famílias chegam e comentam o quanto o espaço está mais colorido e acolhedor. Isso também ajuda o adolescente que está chegando pela primeira vez, muitas vezes com medo. A maioria é de jovens primários, que chegam assustados. Quando veem um desenho como esse, ficam mais tranquilos.”

Trajetória do artista responsável pelo mural
Natural de Sumaré, Gelin trabalha com grafite desde 2007 e já levou sua arte a várias cidades do Brasil e do exterior. Especialista em realismo, utiliza técnicas de sombreamento e texturas para transformar fotografias em grandes painéis urbanos. “Trazer minha arte para esse espaço me deixa realizado. Aqui precisei ir além, criar algo diferente. Eu tive a idade deles e comecei na arte aos 19 anos. Se tivesse conhecido antes, talvez tivesse evitado muita coisa na minha vida. A arte é transformadora. Poder trazer essa visão para eles é gratificante e tem mexido muito comigo”, relata.

Projeto será ampliado para outros ambientes da unidade
A ação reforça a mensagem central: cores transformam, vidas recomeçam. Segundo Gelin, os adolescentes demonstraram grande envolvimento. “Os meninos são nota 10. O tempo todo perguntavam como ajudar, se eu precisava de algo. Dá para sentir que estão sendo bem direcionados.”

O diretor confirma que a ideia é expandir o projeto. “Temos desenhos antigos na sala de aula que precisam ser renovados. Também há um ambiente de jardinagem com um muro que necessita de pintura e a quadra esportiva, que queremos transformar em um espaço mais colorido e acolhedor. A intenção é levar esse trabalho para outros setores da unidade.”

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