Aguapés estão morrendo na Represa do Salto Grande, em Americana. As plantas aquáticas, que tomaram 275 dos 1200 hectares do espelho d’água do reservatório, começaram a secar em diversos pontos da barragem.
As plantas secas estão espalhadas por toda a represa e uma parte significativa delas se concentra nas áreas mais próximas ao trecho em que a CPFL Renováveis retomou a remoção mecânica das plantas aquáticas, no último dia 6. Ontem, o prefeito Omar Najar (MDB) foi comunicado do início das atividades de remoção.
A causa da morte das plantas aquáticas permanece um mistério para a CPFL, que vai enviar um especialista ao local para apurar o que estaria acontecendo.
O encarregado desta missão é o professor Robinson Pitelli, agrônomo pós-doutorado pela Universidade da Flórida e pela USP (Universidade de São Paulo. É ele o consultor contratado pela CPFL para estudar o comportamento das macrófitas no local durante um ano, até o fim de janeiro de 2019, e propor um plano de manejo adequado à realidade local.
Pitelli deve visitar a represa ainda esta semana. “Só dá pra saber olhando de perto. Vi fotos, mas não estavam tão boas”, declarou.
O professor é considerado um dos maiores especialistas brasileiros em plantas aquáticas e chegou a discutir a morte das macrófitas com o gerente de Meio Ambiente da CPFL Renováveis, Daniel Daibert.
O aspecto ressecado das plantas chamou a atenção de quem frequenta a Praia Azul, como a do morador Fabiano Bié, proprietário de um quiosque no local. Ele, que geralmente é chamado para auxiliar barqueiros e caiaqueiros encalhados no mar de aguapés, ficou surpreso com o fato. “Nunca tinha visto isso assim”, disse.
Quem também notou a mudança foi o fundador da Associação Barco Escola da Natureza, João Carlos Pinto. A entidade deixou de fazer as navegações educativas há cerca de três meses, depois que a embarcação foi cercada pelas macrófitas.
“Pode ser a competitividade de uma com as outras. Quando há muita proliferação, isso acontece. Foi a explicação que consegui achar”, ponderou.
A CPFL Renováveis foi procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, para tentar explicar a presença de macrófitas secas na represa e informou que está verificando o caso.