quinta-feira, 18 abril 2024

Alimentação fora de casa sobe 9,5% em Americana e Santa Bárbara e passa dos R$ 590 milhões

As duas cidades estão entre as que têm maior poder de consumo no Estado; comerciantes estão animados 
Setor | Donos de bares, como o Praça Brasil, em Americana, têm expectativa positiva (Foto: Divulgação)

Com potencial de consumo em alta mesmo em meio à inflação acima de dois dígitos, moradores de Americana e Santa Bárbara d’Oeste devem gastar R$ 591,4 milhões até o dia 31 de dezembro para comer fora de casa em estabelecimentos como bares, restaurantes e lanchonetes. Esse montante é 9,5% superior nas duas cidades se comparado a igual período do ano passado, auge da pandemia. Os dados são do IPC Maps 2021, que projeta o potencial de consumo dos municípios.

De 2020 para 2021, Americana registrou alta de 11,5% no poder geral de compra, ao passo que Santa Bárbara aumentou em 9% o potencial de consumo.

Os números animam comerciantes da região, que trabalham por aumento maior nas vendas. Especialista fala em reação do consumo.

De acordo com levantamento do IPC Maps, os americanenses gastarão até o fim do ano pouco mais de R$ 348 milhões com alimentação fora do domicílio. Em 2020, os gastos foram de R$ 317,6 milhões. O avanço é de 9,5%. O potencial de consumo total do americanense saltou de R$ 7,8 bilhões para R$ 8,7 bilhões no período de um ano, diferença positiva de R$ 900 milhões mesmo com as variações do desemprego. A cidade é a 27ª dentre os 645 municípios paulistas com maior poder de compra.

Os barbarenses também estão gastando mais para comer fora de casa. São R$ 243,4 milhões a serem utilizados até o fim do ano para esse fim, contra R$ 221,8 milhões em 2020. O aumento é semelhante ao de Americana: 9,5%.

Santa Bárbara vê seu potencial de consumo crescer. O volume geral de compras realizadas subiu de R$ 5,5 bilhões para R$ 6 bilhões, variação positiva de R$ 500 milhões, sendo o 43° município do Estado com maior peso de compra.

Tais números colocam Americana e Santa Bárbara no seleto grupo dos 7% dos municípios com maior poder de consumo em todo o Estado de São Paulo.

“Esse crescimento do consumo no setor de alimentação fora do lar, principalmente em bares e restaurantes, de 9% em Americana e Santa Bárbara vem muito alinhado ao que está acontecendo nessa recuperação de 2021 ante ao ano de 2020 na Região Metropolitana de Campinas, onde o crescimento médio foi de 15%, mostrando que o setor começa a se recuperar, a recompor o seu faturamento e dessa forma saindo da crise da pandemia. É muito positivo entendendo que esse movimento tem uma tendência de continuar em 2022 e eventualmente o ano de 2022 já superar os patamares de 2019, que ainda a gente está aquém de 20% a 25%, abaixo dos resultados de 2019, mas essa melhora já é muito positiva, estamos animados com o resultado e que o começo de 2022 traga bons resultados”, explicou o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) Regional Campinas, Matheus Mason.

Ele avalia que os números do IPC Maps evidenciam a reação nos últimos meses no consumo de bares e restaurantes na região, considerando tanto a alimentação fora de casa quanto os deliverys. “O setor ainda está longe de recuperar os prejuízos acumulados desde o início da pandemia, mas já sente esta reação por parte do consumidor, que vem voltando a consumir”, frisou.

Para Mason, a retomada do consumo poderia estar melhor caso não houvesse a redução da renda dos trabalhadores, prejudicados devido à inflação na casa dos dois dígitos no país (atingiu 10,67% em outubro) e o consequente aumento do custo de vida da população.

RMC

Na RMC, o setor de alimentação fora do lar deve fechar o ano com gastos em torno de R$ 13,5 bilhões, ante aos R$ 11,8 bilhões verificados em 2020, elevação de 14%. 

‘Expectativa é altamente positiva’, diz empresário
O empresário Paulo Oliveira, dono do bar e restaurante Praça Brasil, na Avenida Brasil, em Americana, comenta que a expectativa é “altamente positiva” e espera ver o número de clientes voltar ao patamar pré-pandemia.

No entanto, ele ressalta que o ticket médio – valor gasto em pedidos – diminuiu cerca de 30%. “O percentual é significativo na rentabilidade mensal. Os custos só aumentam, ainda mais com a variação do preço do combustível, que acaba impactando no preço de todos os produtos”, explica.

Oliveira teve que readequar o cardápio para controlar melhor o faturamento. “Tínhamos entre 60 e 80 itens no cardápio e agora oferecemos 35 opções. Diminuímos o tamanho de porções que vendem bastante e com preço mais alto e colocamos itens de menor valor agregado.”

Neste final de ano, o empresário deve manter o estabelecimento aberto das 11h às 2h. 

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