quinta-feira, 31 julho 2025
PREPARE O BOLSO

Alta na conta de luz deve afetar mais de 5 milhões de pessoas na área da CPFL Paulista

Mais de 97 mil consumidores são beneficiados pela Tarifa Social na RMC
Por
Nicoly Maia

A partir de agosto, a conta de luz vai ficar mais cara para mais de 5 milhões de consumidores atendidos pela CPFL Paulista, incluindo moradores da Região Metropolitana de Campinas. A mudança ocorre por causa da alteração da bandeira tarifária para o vermelha patamar 2, anunciada na última sexta (25) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

A CPFL Paulista distribui energia em 234 municípios do interior de São Paulo, incluindo os de Campinas, Piracicaba, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Hortolândia, Sumaré e Limeira. Com a nova bandeira, o acréscimo na tarifa será de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. 

Famílias de baixa renda cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) não terão aumento no valor da conta, pois o benefício mantém os descontos garantidos mesmo durante as bandeiras vermelhas, protegendo quem mais precisa.

Na Região Metropolitana de Campinas, mais de 97 mil consumidores são beneficiados pela Tarifa Social | Foto: Agência Câmara de Notícias

Na Região Metropolitana de Campinas, mais de 97 mil consumidores são beneficiados pela Tarifa Social. Americana conta com 5.531 beneficiados; Campinas possui 39.641; Hortolândia tem 12.213; Limeira, 10.246; Nova Odessa, 1.986; Piracicaba registra 12.072; Santa Bárbara d’Oeste soma 3.308 e Sumaré conta com 12.232.

Segundo o engenheiro eletricista e professor universitário Valmir Calefi, com 41 anos de experiência, o aumento está ligado ao uso das termelétricas, que operam com combustíveis mais caros, como gás natural e óleo diesel. Essas usinas são acionadas para compensar a baixa dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia no Brasil, especialmente durante o período de seca nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.

“O sistema de bandeiras tarifárias funciona como um indicador dos custos variáveis da geração de energia. Em agosto de 2025, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada porque praticamente todas as termelétricas estão operando para manter os níveis estáveis dos reservatórios”, explica Calefi.

Cada cor na sua conta representa uma tarifa diferente | Foto: Divulgação/Annel

As cores das bandeiras indicam diferentes níveis de custo para o consumidor: verde significa que não há acréscimo; amarela gera um custo extra de R$ 1,88 para cada 100 kWh; vermelha patamar 1 acrescenta R$ 4,46 e a vermelha patamar 2 representa o maior custo, de R$ 7,87 por 100 kWh consumidos.

Calefi ressalta que, apesar de mais poluentes, as termelétricas são essenciais para evitar apagões, pois são rapidamente acionadas quando o nível dos reservatórios cai. “Sem elas, não teríamos como suprir essa queda na geração das hidrelétricas.”

A mudança ocorre devido à alteração da bandeira tarifária para a vermelha patamar 2 | Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

Durante esses períodos em que a tarifa aumenta, o especialista recomenda atitudes simples para reduzir o consumo, como evitar abrir a geladeira repetidamente, tomar banhos mais rápidos, passar roupas de uma só vez e desligar aparelhos que não estão em uso.

Para ter direito à Tarifa Social, é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e solicitar o cadastro junto à distribuidora de energia. Esse benefício varia conforme o consumo mensal da residência e é fundamental para garantir que as famílias de baixa renda tenham acesso à energia sem que o aumento represente um peso maior no orçamento.

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