A partir de agosto, a conta de luz vai ficar mais cara para mais de 5 milhões de consumidores atendidos pela CPFL Paulista, incluindo moradores da Região Metropolitana de Campinas. A mudança ocorre por causa da alteração da bandeira tarifária para o vermelha patamar 2, anunciada na última sexta (25) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A CPFL Paulista distribui energia em 234 municípios do interior de São Paulo, incluindo os de Campinas, Piracicaba, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Hortolândia, Sumaré e Limeira. Com a nova bandeira, o acréscimo na tarifa será de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Famílias de baixa renda cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) não terão aumento no valor da conta, pois o benefício mantém os descontos garantidos mesmo durante as bandeiras vermelhas, protegendo quem mais precisa.

Na Região Metropolitana de Campinas, mais de 97 mil consumidores são beneficiados pela Tarifa Social. Americana conta com 5.531 beneficiados; Campinas possui 39.641; Hortolândia tem 12.213; Limeira, 10.246; Nova Odessa, 1.986; Piracicaba registra 12.072; Santa Bárbara d’Oeste soma 3.308 e Sumaré conta com 12.232.
Segundo o engenheiro eletricista e professor universitário Valmir Calefi, com 41 anos de experiência, o aumento está ligado ao uso das termelétricas, que operam com combustíveis mais caros, como gás natural e óleo diesel. Essas usinas são acionadas para compensar a baixa dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia no Brasil, especialmente durante o período de seca nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
“O sistema de bandeiras tarifárias funciona como um indicador dos custos variáveis da geração de energia. Em agosto de 2025, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada porque praticamente todas as termelétricas estão operando para manter os níveis estáveis dos reservatórios”, explica Calefi.

As cores das bandeiras indicam diferentes níveis de custo para o consumidor: verde significa que não há acréscimo; amarela gera um custo extra de R$ 1,88 para cada 100 kWh; vermelha patamar 1 acrescenta R$ 4,46 e a vermelha patamar 2 representa o maior custo, de R$ 7,87 por 100 kWh consumidos.
Calefi ressalta que, apesar de mais poluentes, as termelétricas são essenciais para evitar apagões, pois são rapidamente acionadas quando o nível dos reservatórios cai. “Sem elas, não teríamos como suprir essa queda na geração das hidrelétricas.”

Durante esses períodos em que a tarifa aumenta, o especialista recomenda atitudes simples para reduzir o consumo, como evitar abrir a geladeira repetidamente, tomar banhos mais rápidos, passar roupas de uma só vez e desligar aparelhos que não estão em uso.
Para ter direito à Tarifa Social, é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e solicitar o cadastro junto à distribuidora de energia. Esse benefício varia conforme o consumo mensal da residência e é fundamental para garantir que as famílias de baixa renda tenham acesso à energia sem que o aumento represente um peso maior no orçamento.