A quinta edição da AMERIAFRO – Feira de Arte e Cultura Afro-Brasileira acontece sábado (25) no Centro de Integração e Valorização do Idoso (CIVI), em Americana. O evento tem entrada gratuita e vai até às 20h.
Encontro de ancestralidade e arte
A feira é um encontro de ancestralidade, arte e resistência, reafirmando a força, a beleza e a diversidade da cultura afro-brasileira no município. Nesta edição, o público pode vivenciar um dia repleto de gastronomia típica afro-brasileira, trancistas, literatura negra, artesanato, moda, acessórios, oficina de tambor, além de manifestações culturais, dança, samba e hip hop.

Idealizadoras destacam trajetória da Ameriafro
Durante a cobertura da TV TODODIA, as idealizadoras da feira, Adriana Brasil e Cristiane Souza, destacaram a importância do evento e a evolução da AMERIAFRO ao longo dos anos.
“A primeira Ameriafro foi na pandemia, no meio daquele caos. Juntos, a gente decidiu construir essa feira linda pela urgência de se ver nesta cidade, de democratizar a cultura e criar espaço para os empreendedores, que muitas vezes ficam no seu quintal fazendo sua arte e não se veem vendendo essa arte. Então ela tem essa missão também de mostrar para a sociedade americanense que a cultura popular afro-brasileira é de uma riqueza imensa”, explicou Adriana Brasil.
Cristiane Souza afirmou que a feira vem crescendo a cada ano e que traz uma consciência de cultura afro, uma cultura rica que carrega toda a ancestralidade. Ela destacou que nesta quinta edição foi muito legal, pois estavam na rua e as pessoas já comentavam que iriam participar do evento. Cristiane ressaltou também que a cidade e o poder público estão juntos divulgando a feira e acrescentou que acredita que estão em uma crescente, e que a próxima edição será ainda maior.

Dito Preto reforça ancestralidade e visibilidade
O evento foi aberto pelo músico e ativista Dito Preto, que também conduziu uma oficina de tambor. Ele destacou a importância de resgatar a história e a visibilidade da população negra na região.
Dito Preto afirmou que é importante mostrar para o povo de Americana e Santa Bárbara que a população negra também representa a riqueza e contribuiu para a construção do país, mas que, infelizmente, nada disso ficou para eles. Ele destacou que foram perdidos saúde, família, terra e até o direito de ter um local para ser enterrado. Por isso, é necessário que a sociedade reconheça essa história e que a cultura negra seja ensinada nas escolas, para que as crianças negras saibam que têm antepassados fortes e as crianças não negras aprendam a respeitar essa trajetória.

“Os nossos anseios em divulgar a questão afro, principalmente na nossa cidade e na nossa região, vêm do fato de termos presenciado cidades que contaram sua história, mas não contaram a história do nosso povo. A gente não apareceu na história dessas cidades”, explicou Dito Preto.
Artesãos e empreendedores valorizam a feira
A feira é um espaço para artistas e empreendedores locais apresentarem seus trabalhos.
“Uma feira como esta é fundamental para quem aprecia a moda afro, seja afrodescendente ou não”, destacou a idealizadora da marca Claudete Lima, da Claulima.
A artesã Sônia Tobias, de Rio Claro, explicou que trabalha com pontilhismo e que sua colega confecciona chinelos, e que vieram compartilhar um pouco do conhecimento delas. Helena Mendes, proprietária da marca Helena Moda Afro, de Piracicaba, afirmou que apresentar a cultura negra é muito importante, especialmente por proporcionar aos artistas e comerciantes a oportunidade de divulgar seus trabalhos.
“O movimento para divulgar a cultura afro é importante para fortalecer a identidade e a nossa luta”, explicou Ana Alice, filha e representante da marca Artes da Lu, ateliê dedicado à fabricação de bonecas que representam a cultura afro.
Cultura, resistência e futuro
Desde sua criação, em 2021, a Ameriafro tem como propósito fortalecer a identidade negra, valorizar o empreendedorismo afro e promover o diálogo entre tradição e contemporaneidade, reunindo artistas, empreendedores, coletivos e o público em um espaço de pertencimento, celebração e transformação.
O movimento impulsiona a visibilidade da produção negra local, estimula a autonomia econômica e criativa da comunidade e reforça o papel da cultura como instrumento de resistência, memória e afirmação identitária.





