sexta-feira, 22 novembro 2024

Americana soma mais de 13 mil escorpiões capturados no ano

Mais de 13 mil escorpiões foram capturados nos cemitérios de Americana somente em 2018. Até ontem, 13.034 destes aracnídeos já foram recolhidos pelas equipes de Vigilância em Saúde da prefeitura nos cemitérios da Saudade e Parque Gramado. A cidade já registra 400 acidentes por picada do animal peçonhento este ano, com a necessidade de aplicação de soro antiescorpiônico em oito deles.

Só entre do início de outubro até agora, 2.130 deles foram achados nos dois cemitérios. Depois de capturados, os animais são enviados ao Instituto Butantan, em São Paulo, para serem utilizados na fabricação de imunobiológicos, como o soro.

Dos 13 mil capturados, 8.066 já foram entregues ao Butantan, que produz 13 tipos de soros. Americana é um dos municípios referência para a coleta dos escorpiões.

PROBLEMA CRESCENTE
Os números oficiais mostram que os acidentes envolvendo o aracnídeo não param de crescer em Americana. Em 2010, foram 123 vítimas de picadas, com a aplicação de soro em sete delas. Em 2011, o número subiu para 198 casos, dos quais apenas quatro pessoas receberam o soro. É que, segundos os especialistas, nem todos os casos de picadas precisam de soro antiescorpiônico. Tanto que, desde 2010, apenas 277 frascos foram utilizados em Americana (veja texto ao lado).

O quadro foi evoluindo e, em 2017, a cidade teve o registro de 409 casos de picadas, com aplicação de soro em 12 deles, com uma morte no ano. Em 2018, o total de acidentes deve ser ultrapassado já na próxima semana.

Atualmente, os bairros com maior incidência de registros de acidentes são o São Vito, a Vila Bertine, o São Manoel, Cariobinha, Cordenonsi e o Jaguari.

O Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi” é ponto estratégico estadual de abastecimento de soro antiescorpiônico e mantém um estoque permanente com pelo menos 10 doses, cujo controle é feito pela Vigilância Epidemiológica, com acompanhamento semanal.

Em Americana, o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é a espécie mais comum, pois se adaptou ao ambiente urbano e vive no interior das galerias de esgoto, saindo pela tubulação e se escondendo nos prédios e residências.

Nos centros urbanos, o animal não encontra predadores naturais, mas possui acesso a água e a alimento abundante, principalmente baratas. “Infelizmente, da grande quantidade de espécies de escorpião, o que tem o maior potencial de toxicidade e o que é predominante no Estado de São Paulo, inclusive em Americana, é o chamado escorpião amarelo”, explicou o médico infectologista do Hospital Municipal, Dr. Arnaldo Gouveia Júnior.

A Secretaria de Saúde orienta a população a buscar socorro imediato. “Em caso de acidente com escorpião, o indivíduo deve ser encaminhado imediatamente ao serviço médico de urgência mais próximo do local do acidente, onde ele será avaliado pelo médico quanto à necessidade ou não do soro”, destacou a pasta, em nota.

 

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