Na Câmara, no comércio e entre usuários, reclamações contra sistema persistem, apesar de mudanças de Chico
Na sessão de quinta-feira (17) na Câmara, parlamentares se pronunciaram sobre o descontentamento com o serviço da Área Azul, sob responsabilidade da empresa Estapar.
O comentário mais incisivo veio do presidente da Casa, Thiago Martins (PV). Segundo o parlamentar, a cidade precisa “retomar e repensar” as vagas de estacionamento.
“Infelizmente foi algo mal planejado, mal pensado e assinado. Agora a gente paga a conta. As pessoas questionam por que não quebra o contrato. Não quebra por que houve uma contrapartida. Acompanhei algumas discussões no gabinete do prefeito e a intenção do prefeito, com certeza, se desse já era ter mandado essa empresa longe daqui. É algo que só prejudicou os comerciantes e moradores de Americana”, afirmou o vereador.
Do lado do comércio, as reclamações também persistem. A Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) informa que o sistema de de estacionamento rotativo é assunto recorrente entre os comerciantes e apontado por empresários como um dos motivos da queda de movimento do Centro.
“A Acia não é contra a área azul em si, porque entende que ele torna as vagas de estacionamento democráticas. O que acontece é que muitos usuários reclamam do sistema atual, operacionalizado pela Estapar”, diz a associação.
Entre as principais críticas dos empresários estão a dificuldade de operar os totens (parquímetros), instabilidades no aplicativo, falta de notificação em caso de estacionamento irregular, falta de tempo de tolerância para paradas rápidas, entre outras.
No entanto, a Acia afirma que houve avanços desde a implantação do sistema, em 2019.
A direção da entidade ressalta que o assunto já foi tratado com o Executivo e as demandas encaminhadas à empresa. “Entendemos que alguns ajustes ainda precisam ser feitos”.
Desde que a prefeitura firmou parceria com a empresa, ainda durante a gestão do ex-prefeito Omar Najar (MDB), a qualidade do serviço é discutida.
Durante a campanha de 2020, o então candidato Chico Sardelli (PV) se comprometeu a colocar em prática cinco mudanças no serviço de cobrança da Área Azul em Americana.
Na época o prefeito afirmava que pretendia reduzir a quantidade de vagas, extinguir a cobrança nas proximidades de hospitais, estabelecer mudanças na região do Mercadão Municipal, facilitar o pagamento da taxa e revisar o contrato com a empresa.
Levantamento do TODODIA aponta que, ao menos parcialmente, o prefeito conseguiu colocar em prática os compromissos de campanha. No entanto, não foi o suficiente para reduzir as críticas.
Antes mesmo dos dez dias de mandato, Chico extinguiu a cobrança nas proximidades dos hospitais São Lucas e São Francisco.
Com isso, consequentemente houve a redução do número de vagas pagas. Segundo a Estapar, Americana possui atualmente 2.242 vagas na Área Azul.
Outra questão prometida na campanha foi resolver o sistema no entorno do Mercado Municipal, no Centro. A intenção de Sardelli era ouvir comerciantes e consumidores para “implantar um modelo que atendessem as expectativas e fomentassem a atividade econômica local”.
Atualmente, a área possui 27 vagas livres de cobrança e, de acordo com a prefeitura, o projeto de reforma do Mercadão prevê outras 23 vagas. A dificuldade de parte dos motoristas para pagar nos parquímetros e via aplicativo também era apontada durante a campanha como um problema. A empresa passou a disponibilizar funcionários que auxiliam no pagamento, mas ainda é alvo de reclamações.
Tanto a Estapar quanto a prefeitura foram questionadas sobre as principais reclamações dos usuários.
De acordo com a Administração, o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) da prefeitura não recebe reclamações relacionadas à Área Azul. “O usuário é orientado a entrar em contato com a Estapar”, afirmou o Executivo.
Já a empresa não informa a média mensal de reclamações que recebe e nem o que é feito para sanar os problemas apontados. Afirmou apenas que “os eventuais questionamentos são em relação a forma de utilização dos equipamentos.”