quarta-feira, 1 maio 2024

Associação proporciona lar temporário a crianças

O programa tem como finalidade oferecer lares temporários a crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva

Apoio | Família Sanches Limeira acolheu o bebê Eduardo (Foto: Divulgação)

Em 22 de dezembro do ano passado, o pequeno Eduardo chegou à casa da família Sanches Limeira, de Americana, medindo 33 centímetros e pesando 1,9kg, depois de passar 45 dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Neonatal. Eduardo nasceu prematuro e, rejeitado pela mãe biológica, foi deixado no hospital para adoção. Até que o menino encontrasse um lar definitivo, a assistente social Rutineia Sanches Limeira, o marido, Francisco Eraldo, e os filhos Ana Júlia, de 14 anos, e Wesley, de 22, ficaram responsáveis por cuidar dele por sete meses.

Eduardo foi o primeiro bebê a fazer parte do serviço de Acolhimento Familiar de Americana, assim como a família de Rutineia foi a primeira a acolher uma criança pelo serviço na cidade.

Implantado em 2019 pela Apam (Associação de Promoção e Assistência Social de Americana), o programa tem como finalidade oferecer lares temporários a crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva.

“Sempre tem aquelas pessoas que acham uma loucura, mas também tem as pessoas que gostam de acolher. Teve muita gente que recebeu muito bem o Eduardo aqui em casa No começo eu procurei saber o que era o projeto e ele era tão frágil que tinha medo de pegá-lo, mas logo o Eduardo passou a fazer parte da nossa rotina”, comenta Wesley Gabriel Sanches Coelho, irmão provisório do bebê.

“Eu definiria o projeto como sendo uma possibilidade de se envolver em um propósito imenso para ajudar uma criança e ser transformado por ela. Você transforma a vida da criança, mas ela transforma a sua também. Você dá amor, mas recebe muito amor de volta”, comenta.

No último dia 14, um projeto da vereadora Professora Juliana (PT) que institui o “Dia da Família Acolhedora Americanense” foi aprovado por unanimidade na Câmara. A proposta volta a ser discutida hoje pela Casa, que deve confirmar a decisão.

A intenção é que o dia 31 de maio de todo ano sejam desenvolvidas ações educativas, com participação do Poder Público, da iniciativa privada e do terceiro setor sobre o serviço de acolhimento.

“Fizemos esse projeto no sentido de dar maior visibilidade a esse serviço que é desenvolvido pela Apam. Além de ser mais produtivo para o desenvolvimento pleno da criança e do adolescente, o programa também é interessante do ponto de vista do orçamento do municipal em relação ao acolhimento institucional, já que é menos custoso ao município”, explica a vereadora.

“Temos hoje três famílias disponíveis para acolhimento e uma criança beneficiada pela programa. Desde o início do serviço, já acolhemos três crianças”, conta a psicóloga Patrícia Capel, coordenadora de Serviço de Acolhimento e Família Acolhedora.

De acordo com ela, as famílias interessadas em fazer parte do programa podem se credenciar junto à Apam e, depois de apresentada a dinâmica do acolhimento, passam por uma capacitação com uma equipe técnica da entidade, para receber as crianças e adolescentes beneficiados, por até 18 meses.

“As famílias são entrevistadas, visitadas e capacitadas. Esse processo dura, em média, dois meses. Podem participar maiores de 21 anos, que tenham ao menos 16 anos de diferença do acolhido e com disponibilidade afetiva”, explica.

Pessoas solteiras e famílias homoafetivas também podem fazer parte da iniciativa.

Os interessados escolhem o perfil que estão dispostos a receber e, surgindo um caso, passam a ser responsáveis
temporariamente pelo menor.

“Algumas crianças são PcD (pessoas com deficiência) ou então o caso é de adoção de irmão e nem todo mundo tem disponibilidade nessas situações”, diz Patrícia. “Tanto as famílias de origem quanto as acolhedoras são acompanhadas pelo serviço e pelo juiz da Vara da Infância e Juventude e os casos avaliados mensalmente”. 

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