A empresa Estapar, responsável pela gestão da Área Azul em Americana (SP), é alvo de investigação após denúncias de que teria desrespeitado uma norma municipal ao utilizar um veículo com câmeras para fiscalizar o estacionamento rotativo. O uso de carros para essa finalidade está proibido desde 2023.
O caso ganhou repercussão após a divulgação, nas redes sociais, de um vídeo em que um automóvel da empresa, equipado com câmeras, aparece circulando pelas ruas supostamente para realizar autuações. A repercussão provocou reação imediata do poder público local.

Comissão vai apurar o caso
O prefeito Chico Sardelli (PL) anunciou nas redes sociais a criação de uma comissão parlamentar para investigar a denúncia. A medida foi oficializada durante a última sessão da Câmara Municipal. A comissão será composta pelos vereadores Leco Soares (Podemos), Levi Rossi (PRD) e Lucas Leoncine (PSD), todos integrantes da base do governo.
O contrato da Estapar com a Prefeitura foi firmado em 2018 e tem validade até 2028. Caso fique comprovado o descumprimento de cláusulas contratuais, o Executivo poderá rescindir o acordo com a empresa. “Um contrato firmado de maneira totalmente equivocada e que vem penalizando os motoristas da cidade e, principalmente, o comércio”, criticou o vereador Gualter Amado (PDT), que também cobrou mais transparência na composição da comissão.

Críticas à composição da comissão
A formação da comissão apenas com vereadores da base governista gerou críticas da oposição. “Isso não traz paridade, fica faltando transparência”, declarou Gualter Amado. Em resposta, o vereador Lucas Leoncine afirmou que a apuração será isenta de motivações políticas.
“Oposição e situação não são relevantes nesta matéria. Comprovar a má-fé da empresa é de interesse de todos os vereadores”, disse Leoncine, reforçando que, se houver irregularidade, a rescisão contratual e a aplicação de multa estão entre as medidas possíveis.

Reações da sociedade e da ACIA
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Americana (ACIA), Evandro Barizon, esteve presente na sessão e manifestou indignação com o suposto descumprimento. “Após muitas reuniões com a Prefeitura e com a Estapar, conseguimos a proibição da atuação desse veículo. É muito triste ver horas e horas de reunião sendo jogadas no bueiro”, lamentou.
