sexta-feira, 19 abril 2024

“Superbactéria” causa interdição da UTI do Hospital Municipal de Americana

Ala não recebe pacientes há 15 dias, depois que três casos de KPC foram detectados; prefeitura diz que reabertura deve ser feita nos próximos dias 

Contaminação pela “superbactéria” KPC provoca interdição da UTI do Hospital Municipal de Americana (Foto: Prefeitura de Americana/Divulgação)

 Toda a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, está interditada há 15 dias em decorrência da contaminação da ala pela bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase), também conhecida como “superbactéria”.

Resistente à maioria dos antibióticos, a KPC produz infecções graves, como pneumonia e meningite. Por conta da contaminação, a UTI do hospital não recebe pacientes desde a interdição.

De acordo com a prefeitura, o SCIH (Setor de Controle de Infecção Hospitalar) do HM identificou três casos de infecção por superbactéria no último dia 2.

“Para evitar que houvesse uma contaminação maior da bactéria, que é comum em hospitais, foi tomada a iniciativa de fazer o bloqueio da UTI, impendindo a admissão de novos pacientes no espaço”, diz a prefeitura.
Atualmente quatro pacientes estão internados na unidade, dois deles contaminados com a KPC.
A prefeitura afirma que não houve prejuízo no atendimento, uma vez que o hospital instituiu uma unidade assistencial para pacientes que necessitem de cuidado intensivo e normalmente seriam encaminhados à UTI.
“Neste momento, como nosso SCIH já considera o caso como controlado, e sendo assim os pacientes que ainda necessitarem de cuidados intensivos serão gradativamente transferidos para a UTI que já se encontra em condições de receber novos pacientes”, afirma a prefeitura. A reabertura da UTI, segundo o hospital, deve acontecer “nos próximos dias.”
A situação foi relatada ao TODODIA por pacientes que procuraram o hospital ao longo da semana, além de ter sido mencionada na sessão desta quinta-feira (16) da Câmara, pelo vereador Dr. Daniel Cardoso (PDT), que é médico no hospital.
Cardoso protocolou uma série de requerimentos direcionados ao Poder Executivo, em que questiona desde a atuação da Vigilância Sanitária no hospital até o planejamento da Hygea – empresa terceirizada que presta serviço médico no HM – quanto ao atendimento no setor de emergência da unidade hospitalar.

NOS HOSPITAIS
A contaminação pela superbactéria acontece exclusivamente em ambientes hospitalares e a infecção costuma ser mais comum em crianças, idosos e pacientes com sistema imunológico debilitado há muito tempo em internação, que estejam sob tratamento que requer medicação intravenosa por um período mais longo, fazem uso constante de antibióticos ou estejam ligados à respiradores.

Febre acima de 39 graus, aumento da frequência cardíaca, infecção urinária e pneumonia são alguns dos sintomas de infecção pela superbactéria.
A contaminação acontece pelo compartilhamento de objetos contaminados e secreções.
O tratamento de combate à KPC pode contar com a combinação de até dez antibióticos, por conta da resistência aos medicamentos.
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