Um diagnóstico errado que levou uma paciente internada a óbito no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, foi o que motivou a vereadora Professora Juliana (PT) a colher assinaturas para a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar a atuação terceirizada da Santa Casa de Chavantes no hospital.
Segundo informações dos familiares da paciente, o óbito foi registrado no último dia 2, quando a mulher, de 48 anos, foi encaminhada ao Hospital Municipal com dores abdominais agudas. Inicialmente, o caso foi tratado como apendicite e a paciente foi submetida a uma cirurgia.
Durante o procedimento, foi descoberta que, na verdade, ela apresentava uma infecção no ovário, sendo necessária a remoção das trompas sem biópsia. Após complicações no pós-operatório, a paciente precisou passar por mais duas cirurgias, o que resultou na contaminação por uma bactéria.
No último dia 31 de outubro, ela foi transferida para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), não resistindo e vindo a óbito no dia 2 de novembro.
Procurada pela equipe do TODODIA, a parlamentar afirmou que o pedido de abertura da CEI teria como principal objetivo fiscalizar o contrato e o funcionamento do serviço terceirizado da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes, que também presta serviços na Unacon (Centro Oncológico de Americana) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Silos.
Ela solicitou a presença não apenas dos responsáveis pela empresa, mas também dos responsáveis do governo atual, como o Secretário de Saúde.
“Entrar em contato com esses elementos mais diretamente é fundamental para que possamos apurar não apenas o caso específico dessa pessoa que veio a óbito no dia 2 de novembro. Existem várias situações que já temos acompanhado, até porque o governo fez um requerimento pedindo informações sobre o monitoramento do contrato de gestão”, enfatizou Juliana.
Segundo a parlamentar, um dos pontos cruciais para a abertura do inquérito é investigar se houve falha no processo multidisciplinar relacionado ao caso do dia 2 de novembro. Além disso, ela pretende aprimorar as questões contratuais do serviço e analisar os motivos pelos quais o Hospital Municipal apresenta um número muito alto de óbitos institucionais, taxa essa que, de acordo com Juliana, é maior do que o esperado.
A parlamentar também enfatizou que o regime de contratação dos funcionários do hospital pode afetar a qualidade do atendimento oferecido à população, uma vez que a grande maioria deles é contratada na modalidade PJ (Pessoa Jurídica), por meio do Cismetro (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Campinas).
“Assim, temos uma alta rotatividade desses profissionais. Queremos entender em que medida isso acaba prejudicando a qualidade do serviço”, comentou Juliana.
Para que o pedido seja discutido e a Comissão tenha a possibilidade de ser aberta, a vereadora precisa de um total de sete assinaturas, incluindo a de autoria do projeto, para que o projeto tramite e seja analisado e encaminhado às comissões para dar sequência ao processo.
Após a equipe da TV TODODIA questionar a Prefeitura de Americana sobre o ocorrido no Hospital Municipal, por meio de nota afirmou: “O Hospital Municipal de Americana informa que a paciente passou por todos os exames, avaliações e intervenções médicas condizentes com o quadro apresentado. Embora todos os esforços tenham sido empreendidos, a paciente não evoluiu bem e o desfecho não foi o esperado. Assim como todos os outros óbitos ocorridos na unidade, este segue em análise pelas comissões internas, que emitirá um parecer conclusivo sobre o caso”, conclui a nota.
