sexta-feira, 22 novembro 2024

Vereadores fazem alerta sobre gravidade da crise

De acordo com dados da Prefeitura de Americana, desde o final de semana os hospitais da cidade tem operado em lotação máxima para pacientes de Covid-19 

‘Igual Amazonas’, teme Dr. Daniel, médico da rede pública de Americana  (Foto: Arquivo/Todo Dia)

 A sessão da Câmara de Americana desta quinta-feira foi marcada por alertas feitos por vereadores em relação à situação caótica da pandemia na cidade. Um dos discursos mais alarmantes foi do vereador Dr. Daniel (PDT), médico da rede pública, que disse que, se a população não se conscientizar, a cidade corre o risco de enfrentar um colapso semelhante ao ocorrido no estado do Amazonas meses atrás.

De acordo com dados da Prefeitura de Americana, desde o final de semana os hospitais da cidade tem operado em lotação máxima para pacientes de Covid-19.

No Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, pacientes estão sendo colocados em leitos provisórios na enfermaria e, nesta quinta, o município registrou novo recorde de internados com a Covid-19: 218 pacientes, sendo 61 na enfermaria do HM, cuja capacidade original é de 35 leitos. É o maior número desde o início da pandemia, em março de 2020.

Diante deste cenário, vários vereadores pediram medidas por parte da prefeitura, mas também cobraram a colaboração da população e dos donos de bares e restaurantes que não estão respeitando as normas do Plano São Paulo.

“É um dever meu como médico pedir que a população faça o que não tem feito, o dever de casa. Chegou uma hora crucial. Os hospitais da nossa cidade chegaram no limite, a situação já está caótica. Se as pessoas não se conscientizarem agora, infelizmente vai acontecer o que aconteceu no estado do Amazonas, vai ter pessoas morrendo na porta do hospital, sem a chance de ser ligada a algum aparelho, um leito”, disse Dr. Daniel na sessão.

Na sequência, o vereador Juninho Dias (MDB) fez um alerta em relação ao pronto-atendimento do Zanaga, onde, segundo ele, pacientes sem Covid estão sendo expostos a pacientes infectados.

“Se estamos em colapso, é necessário que haja mobilização para abertura de um hospital de campanha na cidade. O que não podemos é colocar em risco pacientes que não têm Covid. É o momento de usar o dinheiro que tiver que usar para salvar vidas. A gente vai deixar pessoa entubada no PA do Zanaga? A situação é séria, se continuar assim vamos perder muitas pessoas”, afirmou o vereador.

Marcos Caetano (PL) também discursou sobre a situação da pandemia e disse que saiu de casa por volta das 2h da madrugada de domingo para atender a um chamado de um munícipe e flagrou diversos bares funcionando e com dezenas de pessoas aglomeradas e sem máscara.

O Plano São Paulo não autoriza, no momento, que bares funcionem, e estipula que restaurantes fechem às 21h e funcionem com 40% da capacidade.

“Parecia que estava tudo tranquilo, não está existindo pandemia na cidade de Americana. Precisa chegar no horário e colocar o limite. Passem ali na Florindo Cibim com a Vital Brasil, 1h da manhã, e vocês vão ver o ‘festão’ mesmo. A guarda tem que chegar junto, dispersar esse povo que fica aí fazendo aglomeração e depois leva a doença para dentro de casa e depois a família vai lá no hospital”, reclamou o vereador.

PREFEITURA

A Prefeitura de Americana foi questionada sobre as afirmações dos vereadores e respondeu que “conforme vem sendo divulgado diariamente, o Hospital Municipal vem atuando com sobrecarga no atendimento. Os atendimentos têm sido feitos, têm ocorrido, mas com um número superior de ocupação em comparação com a sua capacidade inicial”, diz nota da administração, que prossegue. “O HM ampliou significativamente a sua capacidade de atendimento, mas é importante que a população contribua para evitar o contágio da doença. Por ser um pronto atendimento e por estar diante do atual quadro na rede hospitalar, em muitas ocasiões, o paciente no PA do Zanaga pode ter de aguardar vaga antes de ser transferido. A fiscalização tem ocorrido e, tanto a Guarda Municipal quanto a Polícia Militar (assim como a vigilância) vêm trabalhando para garantir o cumprimento das regras do Plano São Paulo”, conclui a prefeitura. 

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