Jovem casal e cachorrinha estão no Alasca em motorhome; americanense conta experiência da nova vida
Há cinco meses, o americanense Gustavo Henrique Martins Prestes e a catarinense Suelen Cristina Girotto vivem o sonho de se aventurar pela América do Norte enquanto trabalham em seu motorhome acompanhados por Scooby, a cachorrinha do casal. A mudança aconteceu depois de dois anos planejando deixar a casa na Flórida, nos Estados Unidos (EUA), para viver em um lar sob rodas. O principal destino era o Alasca, onde a família chegou neste mês e pretende explorar até agosto.
Gustavo, de 36 anos, é formado em economia e morava em Americana. Ele se mudou para Michigan, nos EUA, em 2012, devido a uma transferência no trabalho. O economista já tinha a expectativa de viver fora do Brasil desde que realizou um intercâmbio estudantil. Sua esposa Suelen, de 31 anos, também é economista e deixou sua casa em Santa Catarina em 2014, quando se casaram.
Depois de alguns anos casados, eles decidiram deixar sua casa e viver como nômades digitais. Em fevereiro de 2022, a família partiu em seu recém-comprado motorhome com destino ao Alasca. Atualmente, o casal compartilha suas aventuras nas redes sociais enquanto explora a América, em uma nova rotina cheia de aventuras e que deve durar até o meio do ano que vem.
“Desde 2017 planejávamos fazer um ano sabático e viajar entre África e Ásia com a mochila nas costas”, contou Gustavo. A viagem planejada para 2020 precisou ser adiada, quando a pandemia estourou, e o casal se mudou para a Flórida para ficar mais perto da praia.
A viagem não é o único evento na vida do casal. Eles se conheceram em 2012, durante uma festa em Florianópolis, 15 dias antes de Gustavo se mudar para os EUA.
“Na época, ele estava se mudando para outro país. Trocamos contato, mas falamos ‘foi ótimo te conhecer, boa sorte na vida’. Depois que ele se mudou continuamos nos falando, estávamos apaixonados, namoramos um mês depois que ele estava nos EUA”, contou Suelen. O casal namorou à distância por dois anos. Eles se casaram em 2014.
A oportunidade de viajar sem precisar deixar o trabalho ficou mais próxima quando Suelen passou a trabalhar de casa, assim como muitas outras pessoas durante a pandemia. “Suelen ficou remoto permanente, o que facilitou a gente continuar trabalhando enquanto viajamos”, disse Gustavo.
O próximo passo foi Gustavo encontrar um trabalho que permitisse o mesmo. Entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano, Gustavo conseguiu um trabalho home-office, o casal vendeu e doou o que não poderiam levar no motorhome, estabeleceu a rota de viagem, comprou o motorhome e deixou a casa na Flórida.
Desde então, o casal tem a oportunidade de visitar pontos turísticos e manter o contato com a natureza no dia a dia. “Temos uma liberdade geográfica, estamos na nossa casa, com uma localização flexível e podemos continuar trabalhando e explorando os lugares que viajamos” comentou Gustavo. De acordo com Suelen, já tiveram a oportunidade de ver 11 ursos em um só dia no Canadá.
DESAFIOS O casal também conta que a experiência tem seus desafios, como a falta de água e luz encanada, do conforto de uma casa maior e a diferença de fuso horário. “Estou acordando às 5h para trabalhar, temos quatro horas de diferença para o horário da empresa em que trabalho. A parte boa é que paro de trabalhar às 14h”, conta Suelen.
Eles avaliam que alguns efeitos da pandemia facilitaram a vida como nômades digitais. “Há anos já existe o conceito de nômade digital, mas agora está cada vez mais fácil ter vagas remotas que permitem esse estilo de vida”, falou Gustavo. Ele contou que a maioria das pessoas que vivem no motorhome é mais velha e aposentada, devido à dificuldade de conciliar o trabalho com as viagens. “Somos um dos poucos jovens que moram no motorhome, muitos quando veem a gente se surpreendem”, disse.
Suelen comenta que eles ainda planejam como e onde vão morar depois do motorhome. “Queremos ter filhos, pensamos em talvez ter um lugar como base e comprar uma van menor para continuarmos com as viagens”.
